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Existe uma crença popular de que tecnologia afasta as pessoas. Seja por manter adolescentes com os olhos hipnotizados pela luz da tela de seus smartphones, seja por discussões acaloradas em redes sociais, seja por proporcionar o que alguns chamam de sofativismo. Afinal, para fazer a diferença coletiva, você precisa estar nas ruas, certo? Então… Normalmente sim, mas nem todo mundo e nem sempre.

O fato principal neste contexto, e que muitos não enxergam, é que a vilã da história não é a tecnologia. É a forma como ela é utilizada. O Twitter já foi a plataforma de protestos que ajudaram a derrubar governos ditatoriais. O Facebook possui uma função chamada Safety Check, que permite que pessoas em cidades que sofreram algum ataque ou catástrofe natural possam avisar seus conhecidos e familiares de que estão bem.

Essa ferramenta foi utilizada por pelo menos três amigos meus que moram em Paris ou em seus arredores, para nos tranquilizar aqui, em outro continente, diante do cenário de horror causado pelos ataques terroristas reinvidicados pelo Estado Islâmico (se é que podemos de fato chamar aquele grupo de assassinos radicais de Estado; talvez nem de Islâmicos).

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A única forma com a qual eu consigo ver o que esses softwares proporcionam em momentos de desespero é uma aproximação interpessoal, nunca o contrário.

Outra empresa que sempre se coloca à disposição pra ajudar é o Airbnb. Eles já colaboraram bastante, tanto em tragédias como inundações quanto em terremotos.

Por causa de tudo isso que aconteceu em Paris, o Airbnb resolveu ajudar amigos, conhecidos e familiares de vítimas do ataque que por ventura precisam ir até a cidade, ou que não conseguiram sair de lá devido ao fechamento das fronteiras e aeroportos.

Além de abrirem mão das taxas comumente cobradas, eles ainda lançaram um hotsite para quem esteja procurando ou querendo oferecer hospedagem gratuita. E a lista de gente querendo ajudar é enorme, dá uma olhada:

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A única restrição é, basicamente, fazer o check-in entre 13 e 17 de novembro. Nada além disso, nenhum questionário, nenhuma comprovação de vínculo com uma possível vítima.

“Ah Toad, mas assim os espertinhos vão viajar pra Paris e se hospedar de graça!”

Talvez. Sempre existe esse risco, o que não falta é gente babaca nesse mundo. Só que nem todo mundo está sempre tentando levar vantagem em cima dos outros. E quem realmente está sofrendo a dor causada pelo ataque não pode ser prejudicada por meia dúzia de aproveitadores, certo? Principalmente em momentos como esse, há de se praticar a união e a aproximação, não criar empecilhos, nem nivelar por baixo o comportamento humano.

E se a tecnologia puder fazer esse meio de campo, e trazer facilidades e conforto em tempos tão difíceis, melhor ainda. Me sinto privilegiado demais por poder viver no futuro.

No mais, que Paris consiga voltar a ter paz e, em vez de ser notícia por toda obscuridade dos últimos dias, ser lembrada novamente como a cidade luz.

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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