Como evitar cobranças inesperadas e assustadoras em jogos de videogame

Matheus Gonçalves
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• Atualizado há 9 meses

Jogar videogame é legal. É muito legal. Ainda mais hoje em dia, quando podemos nos conectar com amigos que estão a milhares de quilômetros de distância em partidas online que se tornaram uma evolução do modo cooperativo/competitivo de sofá.

Todavia, os games também passaram por um processo de amadurecimento para se tornarem ainda mais rentáveis. As empresas criaram toda uma gama de métodos de cobrança por items dentro dos jogos, nas mais diversas plataformas.

Seja nos turbos e melhorias para um game de corrida, atributos, armas ou roupas para personagens de RPG, presentes e vidas extras do Candy Crush e afins, agora é quase impossível encontrar um título que não possua alguma forma de arrancar dinheiro da gente.

Poderíamos aqui ainda inferir que boa parte deste rendimento acontece devido a fatores viciantes de alguns destes jogos, mas essa é outra discussão. Nos foquemos no fator compras in-app.

Infelizmente, há anos isso tem gerado situações bem complicadas para quem, inesperadamente, recebe cobranças relacionadas aos jogos.

Como bem lembrou o amigo Renan Silva, até o ator americano Jack Black já passou por isso:

São muitos os exemplos, como o do senhor canadense Lance Perkins, que quase teve um treco ao ver que sua fatura do cartão de crédito registrava várias transações estranhas, somando absurdos US$ 7.625,88!

A origem? Seu filho tinha comprado “figurinhas” virtuais para usar no modo Ultimate Team do FIFA. O adolescente de 17 anos achou que, ao pagar uma vez, poderia abrir quantos pacotinhos o jogo mostrasse. Só que, a cada nova operação, o sistema do Xbox One estava executando uma nova compra.

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A Microsoft disse que está revendo a cobrança, mas afirmou também que estas compras tendem a ser consideradas parte do acordo de uso desse tipo de serviço, o que a desobrigaria a devolver o dinheiro.

Pessoalmente não acho que a companhia esteja errada. Claro que podemos trabalhar o bom senso e buscar uma forma de devolução de produto e reembolso da quantia, se possível dentro da conversa entre as redes das lojas e dos games. Sem contar que tanto a Microsoft quanto empresas como Sony, Amazon e Steam provém informações e métodos de controle parental.

A solução encontrada pelo senhor Perkins? “Nunca mais teremos um Xbox — ou qualquer outro videogame — na minha casa!”

Complicado… Quero dizer, dá pra entender a frustração deste senhor, mas será que essa não é uma medida muito radical? Bom, meu pai certamente estaria dando marteladas nos meus consoles e caixas de jogos (true story). Dentro desta perspectiva, até que o papai canadense tá sendo gente boa. Mas acredito que a gente ainda possa encontrar um outro meio termo.

Veja abaixo algumas dicas de como evitar, de uma forma mais serena, esse tipo de dor de cabeça:

Converse, eduque e aprenda

Nada será mais eficiente para evitar surpresas desagradáveis quanto conversar e alertar seus filhos sobre como lidar com compras dentro dos games.

Mostre que você sabe como isso funciona e sobre os riscos de utilizar os cartões indevidamente. Se possível e se a idade permitir, apresente seu controle de gastos e diga que você monitora os lançamentos dos cartões.

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“Ah, Toad, mas eu não monitoro assim meus cartões, lançamento a lançamento” – pois deveria. Neste caso, o problema passa a ser outro. Sinto ~linformar~, mas…

Agora, sério, nada mais efetivo que transparência, sinceridade e educação.

Crie restrições para crianças e monitore o uso das plataformas

A gente sabe que é praticamente impossível ficar fiscalizando o tempo inteiro os jogos que as crianças e adolescentes usam. Pra isso, como comentei aí em cima, faça uso dos controles parentais para definir restrições de uso. Aprenda os detalhes destes softwares.

É comum empresas como Sony e Microsoft oferecerem ferramenta do tipo. Siga as dicas!

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Há também os filtros de conteúdo, que ajudam a dar um pouco mais de tranquilidade.

Não deixe informações de cartões de crédito salvas nos videogames

Essa saída também pode ser considerada controversa, mas é efetiva. Caso a criança queira comprar alguma coisa nos jogos, ela vai precisar te pedir o cartão. Deixe claro que você está efetuando uma compra, o valor da compra e os motivos pelos quais você está fazendo isso. Evidencie de que não se trata de um direito, mas de um privilégio.

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E jamais escolha a opção “salvar este cartão de crédito para futuras compras”. Pode ser um pouco inconveniente, mas é um cuidado que vai fazer muito bem ao seu bolso.

Use cartões pré-pagos

Novamente, quase todas as lojas dos videogames atuais possuem outras formas de compra de créditos, a exemplo dos cartões pré-pagos e cartões-presente.

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Esses cartões são seguros, rápidos, podem ser adquiridos online e ajudam e muito a controlar o orçamento, sem diminuir a diversão. Isso deveria ser o slogan deste tipo de forma de pagamento, a propósito.

“Controle o orçamento, sem diminuir a diversão!”

Não? É… deixa pra lá.

Trate sua conta na plataforma e seus gadgets como um cartão de banco

Se você tem total confiança em outras pessoas e/ou seus filhos no que tange esse tipo de acidente, está tudo tranquilo.

Caso contrário, lembre-se que seu telefone, tablet e sua conta numa PSN e Xbox Live da vida são potenciais portas de acesso para gastos inesperados. Redobre a atenção e seja restritivo conforme o conveniente.

A maioria dos sistemas permite a criação de contas individuais, com senhas. Use-as.

Se nada disso resolver…

Bem… Neste caso, a situação complica bastante. Fica aqui a dica deste papai que, muito calmamente, passou por cima dos jogos de Xbox 360 do próprio filho com um cortador de grama*.

*Sim, é bem possível que tudo seja combinado.

Na opinião de vocês, qual a melhor forma de evitar que crianças e adolescentes causem sustos financeiros como esses?

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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