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2015 trouxe uma grande reviravolta para as operadoras de celular: pela primeira vez em muito tempo, o número de linhas começou a cair drasticamente. Isso não se restringe a companhias específicas, é um cenário generalizado: a Anatel divulgou o balanço de telefonia móvel para o ano passado, que terminou com 22,9 milhões de linhas móveis a menos do que em 2014.

Mesmo sendo grande o decréscimo, as operadoras ainda estão com muitas linhas ativas. O ano terminou com 257,79 milhões de acessos móveis. A teledensidade é de 125,66, ou seja, para cada 100 brasileiros, existem 125,66 linhas celulares funcionais, um número bastante alto. Os acessos pré-pagos totalizam 184,54 milhões, representando 71,6% do total.

O maior desafio das operadoras para o ano de 2016 é converter a base pré-paga em pós-paga. A Vivo continua na liderança do market share de pós-pago, com leve crescimento: passou de 41,8% em 2014 para 42,4% na categoria. A TIM apresentou aumentou de apenas 0,1 ponto percentual comparando os dois anos, enquanto Claro e Oi tiveram déficit.

Vivo continua liderando com folga: 42,4% das linhas pós-pagas são da operadora
Vivo continua liderando com folga: 42,4% das linhas pós-pagas são da operadora

Todas as operadoras tiveram baixa nos clientes pré-pagos. Quem mais perdeu clientes pré-pagos foi a TIM, com 9,6 milhões de clientes a menos que no ano anterior. A Vivo aparece logo em seguida, com 9,4 milhões a menos, enquanto a Claro perdeu 6,1 milhões de clientes e a Oi foi a menos impactada, com 2,4 milhões. Mesmo a TIM sendo a operadora que mais perdeu clientes, ela continua na liderança no pré-pago, com 28,5% do mercado. Logo em seguida aparece a Claro (26,7%), Vivo (22,9%) e Oi (21,3%).

De todos os números apresentados, o market share geral das operadoras chama atenção: a Vivo continua na liderança com uma certa folga (28,42%), mas TIM e Claro estão em disputa acirrada pelo segundo lugar. A operadora italiana caiu de 26,97% (2014) para 25,69%, enquanto a Claro cresceu de 25,33% (2014) para 25,59%. Apenas 0,1 ponto distancia as duas operadoras, o que pode mudar o cenário de telecomunicações para 2016.

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Outro dado interessante é o número de acessos LTE, que chegou a 25,4 milhões, quantidade equivalente ao da banda larga fixa em todo o país (!). É claro que a maioria dos celulares LTE não apresenta consumo de dados expressivo a ponto de comparar a substituição de um serviço por outro, mas mostra a tendência de que o futuro da internet está na mobilidade.

Com diversos números em decréscimo, é comum que atribuam a falta de crescimento à crise econômica, mas não é esse o motivo que preocupa o setor: a utilização de serviços de comunicação over-the-top é crescente a cada dia que se passa. O consumidor está trocando uma ligação por uma simples mensagem no WhatsApp. Em vez de se preocupar em poupar créditos para fazer chamadas o mês inteiro, as pessoas estão procurando mais acesso à internet móvel.

De qualquer forma, o final do ano passado foi marcado por grandes mudanças nos portfólios das operadoras que não devem ter aparecido nessas estatísticas. Com planos melhores, mais baratos e mais atrativos, as operadoras estão prontas para brigar por clientes em 2016. Que a concorrência seja boa para todos nós.

Com informações: Teleco

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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