Dropbox migra 500 PB de dados para servidores próprios

Também conhecido como "500 mil terabytes" ou "uma quantidade pornográfica de HDs"

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana
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Nem todo mundo sabia, mas o Dropbox guardava os arquivos dos usuários na infraestrutura da Amazon. Guardava. Nesta segunda-feira (14), o serviço de armazenamento na nuvem anunciou que está terminando de migrar mais de 500 petabytes de dados (ou seja, mais de 500 mil terabytes) para servidores próprios, com o objetivo de aumentar o desempenho da plataforma.

A quantidade de dados no Dropbox cresceu 12 vezes nos últimos quatro anos: em 2012, apenas 40 petabytes de arquivos estavam nas mãos do serviço. O rápido aumento de usuários do Dropbox, que ultrapassou mais de 500 milhões de contas na semana passada, foi um dos incentivos para que a empresa passasse a investir numa infraestrutura própria.

O Dropbox diz que, ao manter seus próprios servidores, pode melhorar o desempenho, que é um dos “principais diferenciais do serviço” (eu concordo) — será possível otimizar cada máquina especificamente para o funcionamento do produto, aumentando a velocidade. Além disso, ao personalizar cada aspecto do hardware e software, a empresa pode reduzir seus custos de operação.

Mas como o Dropbox conseguiu migrar uma quantidade tão grande de dados? Obviamente, a transição demorou bastante: os trabalhos se iniciaram em 2013, quando os primeiros protótipos do novo sistema de armazenamento de dados foram desenvolvidos. Os arquivos dos usuários só começaram a ser espelhados entre servidores em agosto de 2014, quando o sistema passou a ser considerado estável. Em 27 de fevereiro de 2015, pela primeira vez, o Dropbox serviu arquivos que estavam salvos apenas em seus servidores.

Para não estourar o cronograma da migração, o Dropbox montou uma rede de alta velocidade capaz de transferir dados a taxas acima de meio terabit por segundo (!). A meta era fornecer pelo menos 90% dos arquivos por meio dos servidores próprios até o final de outubro de 2015 — eles conseguiram atingir a marca quase um mês antes, no dia 7 de outubro.

Agora, o objetivo é manter a estrutura funcionando para expandir o armazenamento até a casa dos exabytes e oferecer disponibilidade de mais de 99,99%. Apesar de manter a maior parte dos dados em seus servidores, a empresa ainda continuará utilizando a Amazon para armazenar arquivos na Alemanha: os clientes corporativos europeus poderão solicitar ao Dropbox que os dados sejam guardados em servidores dentro do continente.

É difícil até imaginar a complexidade de uma estrutura dessas.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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