Vaio Z, o notebook caro com tela versátil

Por 12 mil reais (!), o Vaio Z oferece tela giratória e Core i5 de 5ª geração

Jean Prado
Por
• Atualizado há 10 meses
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De surpresa, a Positivo anunciou em 2015 que fechou uma parceria com a Vaio Corporation para montar e vender os notebooks desenhados pelos japoneses aqui no Brasil. Logo depois, a fabricante nacional anunciou três notebooks. Entre eles, o Vaio Z.

Dos três, o Vaio Z é o mais premium que a marca tem para oferecer aqui no Brasil. Por R$ 11.999, você leva um notebook com processador Core i5, SSD de 128 GB e… uma adega Electrolux ACS08. Sério, ela vem com o notebook. Infelizmente, o Tecnoblog ainda não faz review de eletrodomésticos, então os parágrafos abaixo mostram nossas impressões apenas do Vaio Z.

Design e acabamento

Reforçando a marca premium, o Vaio Z tem acabamento que combina carbono e alumínio, em tons de cinza e preto. Pesando apenas 1,34 kg e tendo 16,8 mm de espessura, você não terá problemas em carregá-lo por aí. No modo tablet, o Vaio Z também não fica tão desconfortável de usar (mas você obviamente precisa segurá-lo com as duas mãos).

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Ainda que com pouca espessura, a Vaio não eliminou tantas entradas importantes. O notebook vem com porta HDMI, leitor de cartão SD, entrada de fones de ouvido de 3,5 mm e duas portas USB 3.0. Para um notebook dessa faixa de preço, é algo dentro do esperado.

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Como destaque, o Vaio Z possui tela de 13,3 polegadas que é suportada por uma dobradiça no centro do display. Logo abaixo do botão do Windows na tela, existe uma trava para “soltar a tela”. Essa trava não é muito fácil de soltar, o que é bom para quem não quer desprender o display sem querer e ruim para quem precisa ficar alternando para o modo tablet repetidamente.

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Quando você desliza esse botão de release, a tela fica no mesmo lugar, mas é só puxá-la para frente que você já consegue colocá-la em qualquer posição em um ângulo de 180º. Tem como mantê-la na parte da frente e usar a base como apoio:

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A tela também funciona meio solta, no modo “deixa a vida me levar”:

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Também dá para fazer um “V” com o notebook para apoiá-lo na mesa e usar como um tablet apoiado:

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Sim, o display está de ponta cabeça. Por algum motivo, a rotação automática não é muito confiável — várias vezes eu girei a tela do Vaio Z para assistir a um filme e ela ficava de ponta cabeça. Toda hora tive que ativar a rotação automática (que voltava a se desativar por padrão do sistema) para não ver tudo ao contrário.

Teve até um momento em que a tela ficou em um meio-termo. Essa opção ficava ativando e desativando sozinha. A rotação ficou maluca (vídeo acelerado em 2x):

Hardware e tela

Apesar de ter apenas 13,3 polegadas, a tela do Vaio Z tem resolução bem alta, de 2560×1440 pixels. As cores são bem saturadas, mas o vidro tem o mesmo problema do XPS 13: por causa do acabamento brilhante, mesmo com o brilho no máximo, a tela reflete um pouco da luz natural.

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A diferença é que não seria vantajoso tirar o touchscreen e colocar um acabamento fosco no display: o touch é o que dá sentido à tela versátil. Pena que não funciona muito bem: pelo menos com o dedo, a tela não responde muito bem, por vezes não reconhece o touch (ou, quando reconhece, é impreciso).

Para remediar esse problema, o Vaio Z também vem com uma caneta stylus para quem gosta de desenhar ou navegar com touch. É um acessório interessante, mas que pode ser perdido facilmente porque não há onde guardá-la. Se você for levar o Vaio Z por aí, melhor colocá-la em um estojo, bolso ou até mesmo na gola da camisa.

Em nota ao Tecnoblog, a Vaio informou que a touchscreen do Vaio Z é projetada para uso com a stylus e por isso não funcionou bem com o dedo.

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A caneta também fixa em algum dos quatro cantos do Vaio Z, mas não é muito confiável deixá-la ali.
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Sem contar que, mesmo com a caneta, os problemas do touch persistem (mas com menos frequência). Já aconteceu de eu tocar levemente no vidro e o display não reconhecer. No modo tablet e com desenhos, no entanto, esse problema não aparece.

Como um notebook normal, com teclado e touchpad, o Vaio Z também tem seus problemas. Apesar de ter layout americano, o teclado é bom, tem retroiluminação automática, que liga somente com pouca luz, mas as teclas são muito rasas e ficam sujas muito facilmente.

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Também tive alguns problemas com o touchpad. De fábrica, a rolagem não funcionava, então eu tinha que usar o touch toda vez que queria navegar por uma página. Atualizei o driver e deu tudo certo, mas descobri que ele tem configurações próprias, em vez de ser compatível com os gestos do Windows 10, como aquele de três dedos. Para um notebook com preço de cinco dígitos, eu esperava mais.

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Reforçando o aspecto de tablet do Vaio Z, o notebook se diferencia da concorrência com duas (!) câmeras. A frontal, para videochamadas, tem 0,92 megapixels e a traseira, que fica atrás do teclado, tem 8 megapixels. A última até que é muito boa, com foco bem próximo e qualidade surpreendente para uma câmera traseira desse notebook. (Mas espero que ninguém use isso em público.)

Também é atrás da base que ficam dois alto-falantes, um de cada lado, com boa qualidade. No entanto, por estarem na parte de baixo do notebook, o som fica meio abafado.

Desempenho e bateria

Por dentro, o Vaio Z tem hardware que não bate com a faixa de preço, mas que pode servir para a maioria dos usuários. O processador é um i5-5257U (de 5ª geração) com dois núcleos a 2,7 GHz, com turbo boost de até 3,1 GHz. Além disso, ele vem com 8 GB de RAM DDR3 e SSD com entrada PCI-Express de 128 GB.

Graças ao SSD, o desempenho em uso diário é excelente, sem engasgos e dentro do esperado para esse notebook. Entretando, com mais de 10 abas abertas no Chrome, às vezes o processador era 100% usado e o cooler fazia um barulho que parecia que o Vaio Z ia levantar voo.

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Programas que exigem mais do computador, como Lightroom e Photoshop, rodaram sem problemas, mas com muita coisa aberta dava para ver que o Vaio Z estava no seu máximo. Por esse preço, eu esperava pelo menos um i7 ou até mesmo um i5 de 6ª geração. Nos Estados Unidos, o modelo com i5 Skylake já é padrão.

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Ao menos, na bateria, o Vaio Z não deixa a desejar. A Vaio promete até 15 horas de autonomia, mas eu não cheguei nesse ponto. Em uso mais intenso, mantive 15 abas abertas no Chrome, com direito a reprodução de vídeos no YouTube e programas como Telegram, Slack e Spotify abertos. Consegui por volta de quatro horas de uso até o notebook pedir alguma carga.

Imagino que no modo de economia de bateria, com uso mais moderado, ele chegue a pelo menos seis horas. Dependendo do seu uso, dá para você passar o dia inteiro fora (mas é bom ficar perto de uma tomada).

Conclusão

Com o Vaio Z, que é montado pela Positivo, fica claro o custo da marca Vaio no aparelho. Custando R$ 12 mil (ou cerca de R$ 10 mil) à vista, o notebook é vendido na loja oficial da marca até com uma adega. Sem esse acessório (?), o preço no varejo fica por volta de R$ 9 mil. Menor, mas ainda assim muito caro.

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Nos Estados Unidos, o preço alto também marca o Vaio Z: o modelo flip, com essa tela giratória, custa US$ 1.800 com i5 de 6ª geração e 256 GB de SSD. Com i7, salta para US$ 2 mil.

Um concorrente direto do Vaio Z é o recém-lançado Yoga 900 da Lenovo, que “gira até 360 graus” e vem com alto-falantes da JBL, processador i7 de 6ª geração e 256 GB de SSD por quase o mesmo preço. A caneta, no entanto, não é oferecida pela Lenovo. Nos Estados Unidos, ele custa quase metade do Vaio Z com i7, saindo por US$ 1 mil.

Pelo preço, o XPS 13 também concorre com o Vaio Z e tem hardware superior. Sem touch e tela giratória, o mais próximo que conseguimos é o Inspiron 13 7000, que também vira tablet, acompanha uma caneta e vem com i7 de 6ª geração. Tudo isso por R$ 3,7 mil, mas sem SSD.

No Vaio Z, a execução da tela versátil é muito boa e a caneta é útil para quem gosta de desenhar. Só que o hardware do aparelho está ligado à outra faixa de preço — e a marca não.

Especificações técnicas

  • Armazenamento: SSD SATA M.2 Samsung 128 GB PCI-e AHCI;
  • Bateria: 55 Wh ou 4950 mAh, com duração de até 15 horas, segundo a Vaio;
  • Conectividade: Wi-Fi 802.11ac e Bluetooth 4.0;
  • Dimensões: 215,3 x 342,2 x 16,8 mm;
  • Memória RAM: 8 GB DDR3 de 1600 MHz;
  • Peso: 1,34 kg;
  • Processador: dual-core Intel Core i5-5257U de 5ª geração a 2,7 GHz (turbo 3,1 GHz);
  • Teclado: americano, sem teclado numérico, com retroiluminação automática;
  • Tela: IPS de 13.3 polegadas com acabamento brilhante;
  • Resolução: 2560×1440 pixels;
  • Sistema: Windows 10 Home;
  • Câmera frontal: 0,92 megapixels;
  • Câmera traseira: 8 megapixels;

Prós

  • Bonito, leve e portátil
  • Pequena espessura não removeu porta HDMI
  • Tela com ótima definição e cores equilibradas
  • Duas câmeras com boa resolução

Contras

  • i5 de 5ª geração por R$ 11 mil? Cadê o i7?
  • Touchpad sem suporte aos gestos do Windows 10
  • Rotação automática é inconsistente
  • Touchscreen não é tão precisa
Nota Final 8.3
Bateria
9
Desempenho
7
Design
8
Software
9
Teclado
7
Tela
10

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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