Um monte de gente pode ficar sem sinal de celular em Brasília a partir de terça-feira
Torre de celular que será retirada pelo governo do Distrito Federal tem sinal repetido por outras seis antenas
Torre de celular que será retirada pelo governo do Distrito Federal tem sinal repetido por outras seis antenas
O serviço de celular no Brasil já não tem boa fama: são diversas áreas de sombra, congestionamento, quedas na ligação e na internet. Para piorar, o governo do Distrito Federal irá retirar uma torre de celular que fica no Setor Sudoeste, em Brasília. A medida ocorrerá por conta de uma lei local que proíbe a instalação de torres e antenas de celular a menos de 50 metros de uma escola.
Não é a primeira antena que será retirada em Brasília: a primeira foi no Guará, cidade-satélite, devido a uma fiscalização do Ministério Público para cumprir a lei que existe desde 2004. A diferença é que a região da antena a ser retirada desta vez tem grande concentração de pessoas: a torre é utilizada atualmente pelas operadoras Claro e Oi, e outras seis antenas se conectam nela para expandir o sinal por Brasília.
Com isso, estima-se que centenas de milhares de pessoas sejam afetadas pelo “caladão”. Foram contabilizadas conexões de mais de 95 mil clientes de apenas uma operadora até a torre principal. O prazo para retirada é na segunda-feira (5), mas a antena deve ser arrancada na terça-feira (6) pelo governo local. O Ministério Público entende que os equipamentos de transmissão podem trazer danos à saúde.
Conforme apurado pelo TeleSíntese, a antena se localiza numa praça numa região onde deveria ter uma escola, mas não tem. E no futuro, outras antenas também deverão ser retiradas caso não haja alguma providência: no total, 31 antenas foram consideradas em situação irregular pelo Ministério Público. A esperança para que o “caladão” não aconteça está em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, que está em tramitação no STF, mas não tem previsão de julgamento.
Celular é um serviço tão essencial que chega a ser absurda toda essa situação. As legislações locais complicam tudo isso: cada cidade possui uma regra diferente, e muitas vezes as operadoras precisam recorrer à Justiça para instalar uma nova antena. Numa época em que se discute até a popularização de femtocells, pequenas antenas para melhorar o serviço em locais fechados ou com grande concentração de pessoas, é inacreditável que queiram diminuir o número de antenas.