Como dissemos anteriormente, a disseminação de boatos nas redes sociais se tornou um problema extremamente nocivo. Em parte, a culpa é da falta de costume das pessoas em checar as fontes das notícias, mas essa responsabilidade também é compartilhada pela tecnologia.

Google e Facebook estão há algum tempo tentando encontrar maneiras de penalizar sites com notícias falsas e diminuir o alcance desses boatos. E, ao que tudo indica, a empresa de Mark Zuckerberg parece finalmente ter encontrado um plano concreto para combater essas pragas.

O plano envolve uma tecnologia extremamente arcaica e ultrapassada: humanos. Sim, todo o sistema vai depender dos usuários, um time humano de validação e, talvez, uma empresa terceirizada que contará com uma equipe de, claro, humanos. Mais ou menos assim:

Uma vez que um post apareça na timeline, o usuário poderá reportá-lo como boato. Basta clicar no canto superior direito do post para acessar essa opção.

Quando isso acontece, o post vai para uma lista de validação interna. Um grupo de funcionários do Facebook passa a verificar a fonte dessas notícias, para ver se não são de sites suspeitos, como FoxNews123.com.br. Entretanto, eles não vão conferir a veracidade do conteúdo neste momento. Trata-se de um passo intermediário para filtrar os boatos e limar o que já se percebe como falso logo de cara.

Caso o post precise de uma investigação mais apurada, a empresa o mandará para organizações terceirizadas que cumpram o Código de Princípios da International Fact-Checking Network. No Brasil, por exemplo, temos Agência Lupa, Truco e Aos Fatos. Se essas organizações considerem a notícia falsa, o post no Facebook receberá um aviso sobre isso, com um link para um artigo que explique os motivos pelos quais ela recebeu essa classificação.

Como você percebeu, ainda assim o usuário terá a possibilidade de compartilhar esse conteúdo. Nunca se sabe quando várias agências que verificam a veracidade de notícias se uniram numa conspiração contra aquela ideia maluca que você julga ser verdadeira, certo? Creio que esse recurso exista em nome da liberdade de expressão.

De qualquer forma, posts que receberam essa marcação de notícia falsa não podem se tornar uma propaganda, nem podem fazer parte de promoções e boosts. O que é melhor que nada.

Se isso vai resolver o problema, só o tempo dirá. Mas são medidas interessantes e que devem dar resultados no médio prazo. Veremos. E que fique claro que isso não tira a nossa responsabilidade de verificar o que compartilhamos nas redes sociais. Afinal, a solução continua sendo, mais do que nunca, humana.

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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