A AT&T, segunda maior operadora de telefonia móvel dos Estados Unidos, tomou uma medida drástica no último dia de 2016: deu adeus à tecnologia GSM (2G) no país e passou a oferecer serviços apenas em 3G e LTE.

A companhia havia preparado o terreno há algum tempo: o anúncio foi feito meses antes e a operadora ofereceu gratuitamente um novo celular aos assinantes que ainda utilizavam rede 2G. Uma vez que por lá a maior parte das pessoas já usa redes 3G e 4G, não é uma tarefa tão complicada assim.

Os rebeldes que ainda não trocaram de dispositivo poderão ficar sem serviço de voz e dados, inclusive para chamadas de emergência. O desligamento da rede 2G permite à operadora aproveitar o espectro desperdiçado nas redes mais novas (principalmente 4G) e entregar uma experiência melhor de uso de internet móvel.

É difícil saber quando teremos uma decisão parecida no Brasil: de acordo com dados da Anatel de novembro de 2016, 20,37% de todos os celulares ativos ainda funcionam apenas com tecnologia 2G.

Ainda que a desconexão seja cada vez mais frequente — são mais de 15 milhões de aparelhos a menos por ano —, há mais de 11 milhões de dispositivos M2M por aqui, como máquinas de cartão de crédito e rastreadores veiculares. Normalmente, esse tipo de equipamento utiliza apenas rede 2G, pois o custo do dispositivo é menor, o tráfego de dados é baixo e a cobertura é maior do que nas outras tecnologias.

Além disso, ainda há uma boa parcela da população que não possui cobertura 3G ou 4G: nenhuma das operadoras conta com mais de 90% da população coberta nessas tecnologias, algo que acontece em três das quatros maiores empresas do setor em relação à tecnologia 2G. No geral, apenas 2% da população não têm acesso a redes 3G, mas na maioria das vezes a oferta é restrita a no máximo duas companhias.

Quem sabe uma mudança como essa da AT&T aconteça quando o 5G chegar por aqui?

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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