AMD Vega

Como previsto, a AMD pegou carona na CES 2017 para dar mais detalhes da Vega, a sua próxima arquitetura de GPUs (também de 14 nanômetros). Nos chips gráficos Polaris, a companhia se preocupou bastante com a eficiência energética. Na nova geração, porém, o foco é outro: desempenho. Para isso, a AMD aposta, entre outros atributos, no padrão de memória gráfica HBM2.

Não é que desempenho não tenha sido importante antes ou que eficiência não seja relevante agora. Mas a Nvidia tem feito um trabalho realmente interessante em termos de performance de processamento gráfico. A AMD, claro, precisa mostrar que também tem poder de fogo.

Uma das armas dos novos chips gráficos será a microarquitetura Next Compute Unit (NCU). Com ela, a GPU conseguirá executar até 512 operações de 8 bits por ciclo de clock — ou 256 operações de 16 bits ou 128 operações de 32 bits.

Vega NCU

Na prática, os chips gráficos conseguirão, com as novas NCUs, executar mais instruções em menos ciclos de clock. Para completar, as NCUs são otimizadas para trabalhar com frequências mais altas e fazer balanceamento de carga mais inteligente. Assim, as GPUs Vega deverão ser interessantes não só para jogos como também para aplicações de aprendizagem profunda, por exemplo.

Mas a principal arma parece ser mesmo o novo padrão de memória. Segundo a AMD, veremos placas de vídeo Vega com até 8 GB de memória HBM2, embora seja possível chegar a 32 GB em GPUs voltadas a aplicações específicas — aprendizagem profunda é novamente um exemplo. Esse tipo pode oferecer até o dobro de largura de banda em relação ao HBM1 (ou apenas HBM).

HBM2

A AMD ressalta também que a capacidade das memórias HBM2 é maior. É por isso que a companhia conseguirá disponibilizar placas de vídeo que oferecem entre 8 GB e 32 GB de memória.

Bom, mas a gente quer saber do desempenho: os novos chips serão tudo isso mesmo? Parece que sim. O vídeo abaixo mostra uma rápida demonstração com Doom em 4K e 60 fps. Alguns testes falam em desempenho de 12,5 teraflops (em FP32) enquanto que uma GPU Nvidia GeForce GTX 1080, por exemplo, fica na casa dos 9 teraflops. Mas a gente só vai ter certeza quando as novas GPUs forem lançadas, é claro.

E quando é que as primeiras unidades Radeon Vega chegarão ao mercado? A AMD não informou (tampouco deu previsão de preços). A CES 2017 serviu apenas para a companhia dar mais detalhes e confirmar a nova arquitetura.

O evento também serviu para gerar boas expectativas. Quando as primeiras informações sobre a arquitetura Vega surgiram, havia a impressão de que teríamos apenas chips Polaris melhorados. Agora vemos que a arquitetura Vega realmente trará avanços significativos (se as promessas forem cumpridas). Talvez a arquitetura Polaris tenha sido somente uma ponte entre as GPUs Fiji e Vega, no final das contas.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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