Chromium é o projeto de código aberto do Google que serve de base para o Chrome e outros navegadores, como Opera e Vivaldi, abrigando as versões para Windows, macOS, Linux e Android. Nesta terça-feira (31), o Google liberou o código-fonte da única plataforma que ainda não estava no projeto (e a mais complicada para ser desenvolvida): o iOS.

De acordo com o Google, o Chrome para iOS não estava disponível no Chromium por causa da complexidade para adaptar o navegador à plataforma móvel da Apple. Com as restrições impostas pela maçã, os navegadores para iOS devem obrigatoriamente utilizar o WebKit, o mesmo adotado pelo Safari — no entanto, o Chrome tem seu próprio motor de renderização, o Blink.

O resultado? O Google precisa dar suporte para dois motores de renderização, o que exige código adicional para que o navegador funcione em todas as plataformas. “Isso criou algumas complexidades extras que queríamos evitar colocar na base de código do Chromium”, segundo a empresa. O buscador diz ter “gastado muito tempo nos últimos anos” para modificar o código-fonte da versão para iOS e adaptá-la ao Chromium.

Mesmo quem não é desenvolvedor e nunca pensou em compilar o navegador será beneficiado: o ritmo de desenvolvimento será acelerado, e o Google poderá corrigir bugs, adicionar novos recursos e consertar vulnerabilidades em todas as plataformas com uma agilidade maior, contando ainda com a ajuda da comunidade. Além disso, provavelmente veremos novos navegadores (baseados no Chromium) chegando ao iOS em breve.

Se você quer sujar suas mãos de código, o repositório do Chromium para iOS já está disponível no Google Git.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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