Os processadores Itanium, um dos primeiros da Intel a suportarem instruções de 64 bits, estão sendo oficialmente descontinuados. A fabricante está lançando quatro novos chips para servidores em parceria com a HP, e eles serão os últimos da família.

O Itanium era uma tentativa da Intel em migrar dos 32 para os 64 bits e tinha uma arquitetura batizada de IA–64. Ele foi lançado em 2001 e precisava de um sistema operacional específico, como o Windows XP 64-bit Edition e algumas distribuições Linux, porque, diferente do rival AMD64, não possuía retrocompatibilidade com softwares de 32 bits.

Ao longo dos anos, o Itanium continuou restrito a servidores e só permaneceu vivo porque a HP estava interessada na arquitetura; o projeto original era dela. A HP pagou US$ 440 milhões em 2008 para a Intel continuar produzindo os chips e, em 2010, assinou outro acordo de US$ 250 milhões para que o Itanium tivesse suporte até o final de 2017.

O resto da história você já sabe: o Itanium não foi exatamente um sucesso de vendas como Intel e HP esperavam, e ninguém além da própria HP deve lançar servidores com IA–64 em 2017. No final, quem ganhou a briga dos 64 bits foi o AMD64 (também conhecido como x86–64) porque, como ele também rodava softwares de 32 bits, a transição era mais tranquila — e a Intel teve que adotar a solução da AMD.

Os “novos” processadores Itanium que a Intel está lançando não trazem nada novo. Eles são fabricados em litografia de 32 nanômetros (!), têm HyperThreading e suportam DDR3 ECC. Os chips são bem gastões, com quatro ou oito núcleos e TDP de 130 a 170 watts. A HP diz à PC World que o suporte aos servidores com Itanium vai continuar até 2025.

Descanse em paz, Itanium.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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