O melhor jogador de Go do mundo é a inteligência artificial do Google

AlphaGo mostra o poder da inteligência artificial em resolver problemas que os humanos não resolveriam

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana

A inteligência artificial do Google derrotou novamente Ke Jie, o melhor jogador humano de Go do mundo. Nesta quinta-feira (25), o computador AlphaGo venceu a segunda partida consecutiva de uma “melhor de três”, o que significa que não há mais chances para o chinês de 19 anos. E isso é um grande feito para a tecnologia.

Na primeira partida, o resultado foi apertado para o AlphaGo, que venceu Ke Jie por 0,5 ponto, a menor diferença possível, depois de 289 movimentos.

Já na segunda, o chinês fez jogadas perfeitas nos primeiros 50 movimentos, de acordo com uma análise do próprio AlphaGo, e então iniciou uma série de batalhas contra o computador, como relata o The Verge. No entanto, a inteligência artificial foi capaz de conter a disputa e, no final das contas, forçou Ke Jie a desistir. 2 a 0 para o Google.

É um feito importante porque estamos falando de inteligência artificial, não de mero processamento bruto. Em Go, há um tabuleiro de 19×19 quadrados com cerca de 10171posições possíveis. Isso é mais do que a estimativa de átomos no universo (1080), o que torna praticamente impossível criar um algoritmo comum para Go, que simplesmente analise todas as jogadas (como no xadrez), já que levaria muito tempo.

Por isso, o AlphaGo utiliza redes neurais artificiais para que o computador faça “intuições”, pensando de maneira semelhante aos jogadores humanos de Go. Ele toma decisões com base em processos já feitos e aprende sozinho com novas partidas, ficando cada vez mais forte.

E as vitórias contra Ke Jie são uma espécie de “prova” de como a inteligência artificial evoluiu rápido: mesmo tendo vencido o campeão europeu Fan Hui por 5 a 0 e depois o coreano Lee Sedol, 18 vezes campeão mundial, nem todo mundo achava que a máquina seria capaz de ganhar do melhor do mundo. Tanto é que as estimativas apontavam que um computador só conseguiria vencer um profissional de Go daqui a dez anos.

Mais do que vencer profissionais em um jogo chinês, o AlphaGo mostra o potencial que a inteligência artificial tem de resolver problemas e encontrar soluções que os humanos não encontrariam.

Leia mais: Além do joguinho chinês: o que muda com o AlphaGo, máquina de IA do Google

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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