Mark Lantz, um dos pesquisadores da IBM que atuam no projeto
Mark Lantz, um dos pesquisadores da IBM que atuam no projeto

Quase todo mundo pensa em HD ou memória Flash (incluindo aqui SSDs e cartões de memória) quando o assunto é armazenamento de dados, mas as fitas continuam sendo importantes. Prova disso é que pesquisadores da IBM Research conseguiram colocar 330 TB (pois é, terabytes) de dados em um cartucho de fita que cabe na palma da mão. Um senhor recorde!

O trabalho, feito em parceria com a Sony Storage Media, culminou em um nível de densidade de pouco mais de 200 gigabits por polegada quadrada. Esse número é cerca de 20 vezes maior que a densidade das fitas magnéticas mais avançadas em uso atualmente. E olha que estamos falando de dados não comprimidos.

A fita magnética em si foi produzida pela Sony. A presença da IBM Research no projeto foi importante para o desenvolvimento de tecnologias que possibilitaram o alcance de uma densidade tão elevada.

Uma das tecnologias é um material lubrificante para manter a estabilidade da fita. Os pesquisadores explicam que, para aumentar a densidade, é essencial reduzir o espaçamento entre a superfície da fita e a cabeça magnética. O problema é que a diminuição desse espaçamento aumenta a fricção entre os dois componentes. O lubrificante reduz esse atrito e, ainda por cima, é feito de um material que garante a sua durabilidade.

Outra tecnologia aplicada ao projeto possibilitou o desenvolvimento de uma camada magnética formada por partículas em escala nanométrica — o tamanho médio de cada “grão” é de 7 nanômetros. Tradicionalmente, os fabricantes têm dificuldades para alcançar níveis tão reduzidos por causa de impurezas gasosas que surgem durante a formação da camada. A tecnologia em questão consegue reduzir esse gás.

Sim, IBM e Sony planejam colocar o novo padrão no mercado em um futuro relativamente próximo. Ainda não há previsão de data, tampouco de preço, embora os pesquisadores já ressaltem que as unidades baseadas na nova fita provavelmente terão custo de produção maior. O custo por terabyte, porém, deve compensar o gasto.

Demanda há, pode apostar. A IBM frisa que a fita magnética tem mais de 60 anos. A primeira unidade comercial da companhia armazenava até 2 MB — uma monstruosidade para a época. Mas a idade não tornou esse tipo de dispositivo obsoleto, pelo contrário: como mostra o comparativo abaixo, a capacidade de armazenamento das fitas aumentou mais de 40 vezes desde 2006.

IBM - evolução das fitas

Com o volume de dados crescendo exponencialmente a cada ano — a quantidade de informações oriundas de redes sociais, vídeos online, operações financeiras e pesquisas acadêmicas, por exemplo, não para de crescer —, as fitas continuarão sendo uma solução importantíssima de backup.

Com informações: The Verge

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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