Uber vai parar de monitorar sua localização depois que a viagem acabar

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana
Uber - iPhone

O Uber ficou bastante marcado por problemas de privacidade, e está tentando consertar sua imagem. Além de fazer auditorias externas periodicamente, o serviço de transporte decidiu acabar com uma funcionalidade polêmica do aplicativo: ela permitia que a empresa soubesse sua localização em tempo real mesmo depois que sua corrida fosse encerrada.

Quando o Uber adicionou uma permissão para que o aplicativo consultasse a localização a qualquer momento, no ano passado, a atualização logo gerou reclamações de usuários preocupados com privacidade — a empresa já tinha um histórico ruim, chegando a utilizar uma ferramenta conhecida como God Mode para espionar uma jornalista em 2014.

Na época, o Uber dizia que o recurso era necessário para “melhorar a experiência do passageiro ao refinar nossas estimativas de tempo ou identificar o melhor local de embarque em uma determinada rua”. Para acalmar os usuários, a companhia informava que as coletas de localização estavam limitadas a cinco minutos depois do término de uma viagem.

Agora, o chefe de segurança Joe Sullivan afirma à Reuters que a empresa “errou ao exigir mais informações dos usuários sem deixar claro o que o Uber ofereceria em troca”. Caso o recurso seja implementado no futuro, os usuários poderão optar por participar ou não, e a comunicação será mais clara. Além disso, Sullivan diz que o Uber já era comprometido com privacidade, mas tinha “falta de expertise” no assunto.

A atualização que desabilita o monitoramento de localização do Uber a qualquer momento será liberada inicialmente para iOS e em algum momento não especificado para Android. A empresa se comprometeu a fazer uma série de mudanças para melhorar sua segurança, privacidade e transparência ao longo do próximo ano.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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