WhatsApp

Não é só no Brasil que o WhatsApp se mete em atrito com as autoridades. Uma fonte anônima relatou ao Sky News que o governo do Reino Unido tentou fazer o serviço de mensagens instantâneas ter um backdoor. Apesar dos apelos, os responsáveis pelo WhatsApp recusaram a “proposta”.

Para ser mais exato, o governo queria uma forma, qualquer uma, de acessar as mensagens que são trocadas de maneira criptografada no serviço. De acordo com as autoridades, cerca de 80% das investigações referentes a terrorismo e crimes graves são prejudicadas por conta do recurso de criptografia de ferramentas como WhatsApp e Telegram.

A impossibilidade de acessar mensagens trocadas entre suspeitos estaria causando enorme frustração às autoridades, pois os criminosos sabem que os serviços criptografados são, de fato, seguros.

Um exemplo emblemático remonta a março. Os serviços de inteligência do Reino Unido tentaram acessar mensagens enviadas e recebidas por Khalid Masood, homem apontado como autor do atentado na Ponte de Westminster, em Londres, que matou cinco pessoas e feriu mais de 40.

Como as mensagens estavam criptografadas, as autoridades não tiveram sucesso. Na ocasião, Amber Rudd, ministra do Interior, chegou a declarar publicamente que era “completamente inaceitável” o fato de os serviços de inteligência não terem acesso às mensagens.

Mesmo assim, o WhatsApp e vários outros serviços que disponibilizam criptografia se mostram irredutíveis. Para as empresas, métodos para burlar a proteção das mensagens podem prejudicar a segurança dos serviços, razão pela qual elas se mostram inflexíveis.

Muitos especialistas em segurança concordam: o backdoor até pode existir para facilitar o trabalho das autoridades em investigações, mas nada impede que essa porta traseira seja usada por hackers para espionar gente inocente, capturar dados sigilosos ou orquestrar ataques em massa, por exemplo.

Vez ou outra, a Apple também sofre pressão para facilitar o trabalho das autoridades. A visão de Tim Cook com relação ao assunto consegue representar bem a postura que praticamente todos os serviços de mensagens adotam: para ele, enfraquecer a criptografia prejudicaria apenas os usuários; os terroristas encontrariam outras formas de se comunicar.

Com informações: The Verge

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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