Imagination se vende por US$ 740 milhões depois de perder contrato com a Apple

Apple decidiu criar sua própria GPU no A11 Bionic, e ações da Imagination despencaram 70% da noite para o dia

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana
imagination technologies

A Imagination Technologies, empresa britânica mais conhecida por desenvolver os chips gráficos PowerVR, viu suas ações despencarem depois de perder sua maior cliente: a Apple, que respondia por cerca de 60% do faturamento da pequena fabricante. Agora, um fundo de capital privado fechou um acordo para comprar a companhia por 550 milhões de libras esterlinas, ou cerca de R$ 2,3 bilhões.

A empresa anunciou em junho que estava se colocando à venda. Na época, as especulações de quem compraria a Imagination citavam potenciais interessados como Intel, Qualcomm, MediaTek e CEVA. No final das contas, quem ficou com a empresa foi a Canyon Bridge, um fundo de capital privado do Vale do Silício bancado pela chinesa Yitai Capital.

Tudo aconteceu bem rápido: entre o anúncio de que a Apple não utilizaria mais as GPUs PowerVR e a venda da Imagination se passaram menos de seis meses. O A11 Bionic, que já vem nos novos iPhones, não possui mais um processador gráfico da empresa britânica — ele traz uma GPU da Apple, que promete 30% mais performance, ou o mesmo desempenho consumindo metade da energia da GPU do A10 Fusion.

É difícil ser uma empresa que depende demais da Apple. Enquanto as GPUs PowerVR desaparecem lentamente dos iPhones e iPads, elas continuarão equipando chips novos da MediaTek (Helio X30) e smartphones baratos, de até US$ 100.

Com informações: Financial Times, The Verge.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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