Uma olhada de perto no Zenfone 4

Quarta geração do smartphone da Asus mostra que a empresa realmente evoluiu como fabricante de celulares

Paulo Higa
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• Atualizado há 3 semanas

Os nomes dos Zenfones ficaram um pouco confusos por causa de uma decisão equivocada da Asus na época do lançamento da família de smartphones, em 2014, quando o tamanho da tela fazia parte do nome do modelo. Por isso, tivemos os Zenfones 4, 5 e 6, depois o Zenfone 2, depois o Zenfone 3 e agora… o Zenfone 4 de novo.

Como o nome sugere, o Zenfone 4 é o smartphone principal da quarta geração de Zenfones, que será lançada no Brasil na próxima semana. Será que vale a pena? Eu já estou testando o aparelho e conto minhas impressões nos próximos minutos.

Em vídeo

Quem é o Zenfone 4

A Asus ficou conhecida por entregar mais hardware pelo mesmo preço da concorrência, e aqui não é diferente. O Zenfone 4 que estou testando tem processador Snapdragon 660, 6 GB de RAM e 64 GB de armazenamento (com possibilidade de expansão). Em outros países, ele também será vendido em uma versão com Snapdragon 630 e 4 GB de RAM; a Asus ainda não confirmou se ela será lançada no mercado brasileiro.

É meio complicado definir a categoria do Zenfone 4. O Snapdragon 630 equipa os chamados intermediários premium, como o Moto X4. Já o Snapdragon 660 é um chip superior, com quatro núcleos Kryo 260 de alto desempenho (2,2 GHz) e outros quatro econômicos (1,8 GHz), além de uma GPU Adreno 512. Na prática, ele entrega performance semelhante a do Snapdragon 820. Intermediário super premium?

O que importa é que o desempenho realmente está muito bom. A alternância entre aplicativos, com 6 GB de RAM, é obviamente rápida — o multitarefa faz um bom trabalho em manter os softwares na memória e, aparentemente, não prejudicar a duração de bateria. Mas é nos jogos que a Adreno 512 faz diferença em relação às GPUs mais básicas: os gráficos não têm serrilhados, são fluidos e apresentam boas texturas.

Design e tela

Quando à tela, o Zenfone 4 tem um painel Super IPS+ de 5,5 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels. À primeira vista, é uma tela muito boa, com brilho forte e saturação equilibrada — o Zenfone 3 Zoom, por padrão, tinha um AMOLED com cores estouradas e descalibradas, embora isso pudesse ser ajustado nas configurações do sistema.

E o design é uma espécie de Zenfone 3 evoluído. Ele continua com a traseira de vidro, as bordas de metal e a espessura de 7,7 mm, mas não tem calombo nas câmeras traseiras, está com o leitor de impressões digitais na parte frontal (obrigado, Asus) e possui bordas laterais mais compactas.

Câmera

Nas câmeras, temos uma frontal de 8 megapixels e duas traseiras: uma com sensor de 12 megapixels e lente de abertura f/1,8; outra com sensor de 8 megapixels e grande angular de abertura f/2,2.

Eu ainda não posso comentar muito sobre elas (porque isso está sob embargo e porque eu não analisei as imagens a fundo) mas, em resumo, a câmera principal parece muito boa dentro da categoria do Zenfone 4, enquanto os resultados da grande angular dependem bastante da iluminação do ambiente.

Software

Mas uma das maiores mudanças é provavelmente a interface. Eu sempre fui um grande crítico do software da Asus, seja pelo visual carregado da ZenUI, cheio de cores que não fazem o menor sentido; seja pela quantidade de lixo pré-instalado. Isso está mudando na ZenUI 4.0, que também será liberada para smartphones mais antigos da Asus.

De cara, eu noto que a Asus “limpou” as telas, utilizando bastante branco na interface — seguindo uma tendência adotada também por Samsung e LG, que já tiveram suas fases ruins nas personalizações de Android. O cuidado também surge em alguns detalhes, como nos botões de atalho da central de notificações, que mostram uma animação simples quando são ativados ou desativados.

Além disso, a Asus removeu vários aplicativos que não faziam sentido, como o ZenCircle, uma espécie de cópia do Instagram que ninguém se importava; e alguns aplicativos duplicados, como um navegador secundário. De fábrica, ele vem com a suíte do Google, algumas ferramentas da Asus e o conjunto do Facebook (que inclui Facebook, Messenger e Instagram). Está de bom tamanho.

Conclusão

As primeiras impressões são positivas. O Zenfone 4 mostra que a Asus amadureceu como fabricante de smartphones. Historicamente, a empresa entregava hardware de dar água na boca pelo preço cobrado, mas o software mal feito destruía a experiência, o que parece ter sido resolvido na ZenUI 4.0. As câmeras agradam à primeira vista, o design do aparelho continua elegante, e a tela faz jus ao resto dos componentes.

O review completo sai na semana que vem, com detalhes da qualidade de som, câmera, conectividade, desempenho e mais. O que você quer saber sobre o Zenfone 4?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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