Dessa vez não é Go: a inteligência artificial do Google aprendeu sozinha a jogar xadrez e sua versão japonesa, batizada de shogi. Isso sem intervenção humana ou aprender com outras partidas, apenas com conhecimento básico das regras dos jogos de tabuleiro.

O AlphaGo Zero, evolução do AlphaGo já tinha alcançado essa proeza da mesma forma com Go, o joguinho chinês. O primeiro algoritmo, AlphaGo, precisou usar um conjunto de dados de mais de 100 mil partidas para aprender as melhores jogadas.

Dessa vez, a IA é chamada apenas de AlphaZero — é uma versão mais genérica ainda do AlphaGo Zero, porém alimentada com as regras de xadrez. Ela atingiu um nível super-humano de habilidade nos três jogos de tabuleiro em menos de 24 horas.

Vale notar que, entre Go, xadrez e shogi, o joguinho chinês continua sendo o mais complicado: ele tem 10171 posições possíveis, contra 1050 no xadrez. Ainda assim, o resultado mostra a capacidade de “aprendizado por reforço” do AlphaZero, no qual o algoritmo aprende sem ser ensinado como uma tarefa deve ser realizada.

Em apenas quatro horas, o AlphaZero foi capaz de derrotar o campeão mundial de xadrez, que é outro algoritmo batizado de Stockfish. Assim como no Go, a IA que criou suas próprias técnicas para vencer.

Foto por Jaro Larnos/Flickr

Quando o AlphaGo Zero foi colocado em prática, as estratégias montadas para o Go nunca foram vistas antes. Já que o algoritmo aprendeu consigo mesmo, ele superou “as limitações do conhecimento humano”, como disse David Silver, programador principal do AlphaGo Zero, em uma coletiva de imprensa.

Porém, como lembra o Engadget, o AlphaZero ainda não é um algoritmo que têm propósito geral, que é o grande desafio da IA atualmente. Não dá para colocá-lo para zerar StarCraft II, por exemplo, já que as habilidades super-humanas se restringem a tarefas específicas.

De qualquer forma, espera-se que a DeepMind, criadora desses algoritmos, continue aplicando os resultados em outros setores. No ano passado, o CEO da empresa, Demis Hassabis, disse que um dia o AlphaGo Zero conseguiria ser aplicado inclusive na criação novos medicamentos. Muita coisa boa vem por aí.

Com informações: The Verge.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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