Uber é acusado de espionagem e corrupção por ex-funcionário

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana
Foto por Fernando Oda/Núcleo Editorial/Flickr

O ano de 2017 certamente foi o pior da história do Uber. Então é claro que não poderíamos encerrar esse ciclo sem mais uma polêmica envolvendo a empresa: um ex-funcionário acusa a companhia de fazer espionagem industrial, roubar código-fonte de concorrentes e subornar a fiscalização.

Quem faz as acusações é Richard Jacobs, gerente de inteligência global do Uber que foi demitido em abril. Ele escreveu um documento de 37 páginas para explicar o funcionamento de um grupo que existe dentro da empresa, chamado Marketplace Analytics, para comprar segredos comerciais de concorrentes.

Um dos parágrafos defende que o Uber acessou remotamente dados confidenciais e de comunicação corporativa de um concorrente não divulgado; roubou dados para identificar motoristas que pudessem aumentar a fatia de mercado da empresa; e comprou código-fonte para entender como o aplicativo rival funcionava.

A empresa também teria utilizado “agentes secretos para coletar informações contra grupos de taxistas e figuras políticas locais”. Eles solicitavam corridas em táxis, descobriam os locais onde os motoristas se reuniam, e construíram uma rede de contatos que tinham influência sobre autoridades policiais e reguladoras, segundo Jacobs.

Ao TechCrunch, o Uber diz que “nossa liderança deixou claro que, daqui para frente, vamos competir de forma honesta e justa, com base nas nossas ideias e tecnologia”, embora “não tenha fundamentado todas as acusações da carta”.

Além de ser mais um capítulo na complicada vida do Uber, é um fator que pode dificultar a briga judicial contra a Waymo, divisão de carros autônomos do Google, que acusa a empresa de transporte de roubar segredos comerciais e violar patentes.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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