Vídeo do YouTube apenas com ruído tem cinco reivindicações de direitos autorais

Felipe Ventura
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• Atualizado há 4 dias
YouTube

O YouTube é obrigado pela lei americana a remover, o mais rápido possível, conteúdo que viola direitos autorais. Por isso, o Google criou um sistema chamado Content ID para analisar vídeos automaticamente. Infelizmente, nem sempre ele funciona como deveria.

O professor de música australiano Sebastian Tomczak é alvo de cinco reivindicações de direitos autorais por um vídeo que tem apenas… barulho.

Ele diz ao TorrentFreak que gerou dez horas de ruído branco usando o Audacity, um programa gratuito. O ruído branco reúne todas as frequências diferentes em um só áudio, ajudando o ouvinte a adormecer ou a evitar sons irritantes no ambiente. O arquivo resultante de 10 horas foi renderizado como vídeo e enviado ao YouTube em 2015.

Então, nesta sexta-feira (5), Tomczak recebeu um aviso do YouTube: outro usuário alegava deter os direitos sobre sua composição. Então ele descobriu que o vídeo recebeu cinco reivindicações desde julho de 2015.

My ten hour white noise video now has five copyright claims! 🙂 pic.twitter.com/dX9PCM1qGx

— little-scale (@littlescale) January 4, 2018

Uma das empresas, a Catapult Distribution, diz que o vídeo de Tomczak copia alguns minutos de “White Noise (Majestic Ocean Waves)”. Inclusive, o YouTube até coloca um link na descrição para você comprar essa faixa no iTunes.

Em todos os casos, os detentores de direitos autorais optaram por monetizar a “infração” através do Content ID. Ou seja, eles recebem parte da receita em anúncios que iria para Tomczak. Não que isso lhe faça falta — o vídeo mal tem 3 mil visualizações — mas não é o certo. Assim, o músico enviou uma disputa ao YouTube para questionar isso.

Bizarrices do Content ID são recorrentes. Por exemplo, em 2016, um vídeo antigo do YouTube foi utilizado em um episódio da série Uma Família da Pesada. Pouco tempo depois, ele saiu do ar: “este vídeo apresenta conteúdo de FOX, que o bloqueou com base nos direitos autorais”, dizia um aviso.

O vídeo original não violava nenhum direito autoral, até porque havia sido publicado anos antes, em 2009. Após a repercussão do caso, ele foi desbloqueado pelo YouTube.

Com informações: TorrentFreak.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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