Especialistas em saúde pedem para Facebook encerrar Messenger Kids

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 semana

Há quase dois meses que o Facebook lançou o Messenger Kids, como o nome sugere, um aplicativo de mensagens instantâneas para crianças. Parece uma boa ideia porque os pais controlam o acesso ao serviço. Mas uma coalização formada por educadores, profissionais de saúde, pais e interessados pelo assunto pede que a ferramenta seja simplesmente descontinuada.

As condições de uso do Facebook exigem que o usuário tenha pelo menos 13 anos de idade. O Messenger Kids entra em cena justamente nesse ponto. O app é voltado para crianças com idade entre seis e 12 anos. Como elas não podem criar contas na rede social, os pais é que criam perfis para os filhos ali dentro e adicionam contatos.

Não há anúncios, muito menos repasse de dados para fins publicitários, garante o Facebook. Além disso, o Messenger Kids respeita a COPPA, lei americana de proteção de menores na internet. Qual o problema, então? Para os membros da Campaign for a Commercial-Free Childhood, o aplicativo pode causar transtornos às crianças por aumentar o tempo que elas gastam nos meios digitais.

O grupo enviou uma carta a Mark Zuckerberg (PDF) pedindo o fim do aplicativo. O documento cita um estudo que associa o aumento dos casos de depressão entre adolescentes ao maior tempo de uso de dispositivos móveis.

Para o grupo, a exposição excessiva é perigosa porque as crianças não são plenamente capazes de entender a complexidade dos relacionamentos online, tampouco têm entendimento suficiente sobre privacidade e medidas para preservá-la.

Pelo jeito, os argumentos não convenceram. À Wired, um representante do Facebook disse que o serviço vem até recebendo relatos de pais satisfeitos com o Messenger Kids porque o aplicativo estaria ajudando os filhos no contato com eles e familiares que moram longe.

Nenhum comentário foi feito a respeito do conteúdo da carta em si, mas essa postura evasiva é um claro sinal do óbvio: o Facebook não iria desistir do aplicativo tão facilmente.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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