Não dá para chamar de final feliz, mas pelo menos é um final: depois de uma ação civil pública nos Estados Unidos que durou quase um ano, a LG fechou um acordo para compensar as “vítimas” do bootloop, problema que fazia o LG G4 e outros modelos da marca ficarem presos na tela de boot. Como consequência óbvia, os usuários não conseguiam acessar o Android.

Os consumidores afetados quase sempre relatavam o mesmo problema: o smartphone começava a travar, ficava progressivamente lento e então reiniciava sozinho; por fim, o aparelho entrava na tela de boot e de lá não conseguia mais sair.

Frequentemente, o problema se manifestava com pouco tempo de uso do dispositivo. Houve muitos relatos de pessoas que trocaram o LG G4 na assistência técnica durante o período de garantia, mas que continuavam enfrentando o problema na nova unidade. Também há registro de falhas com os modelos V10, V20, G5 e Nexus 5X.

Logo ficou claro que os casos não eram isolados. Uma investigação apontou que o processador não estava adequadamente soldado à placa-mãe, problema que fazia o aparelho não resistir a aumentos de temperatura.

A ação coletiva foi aberta por conta da aparente falha de projeto, bem como pela solução no estilo “seis por meia dúzia”: a LG prometia resolver o problema, mas apenas substituía as unidades defeituosas por outras com a mesma falha.

Como parte do acordo, a LG se comprometeu a compensar cada consumidor participante do processo em US$ 425 em dinheiro ou US$ 700 em crédito para aquisição de um novo aparelho da marca. Difícil é saber se alguém vai decidir pela segunda opção: como a LG não fez recall das unidades afetadas ou ofereceu uma solução efetiva, a confiança na marca caiu.

Esse é apenas um capítulo da fase infernal que a divisão de dispositivos móveis da LG vive. No ano passado, essa foi a única área da companhia que registrou prejuízo: foram US$ 192,3 milhões em perdas só no último trimestre de 2017.

Com informações: The Verge.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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