Com o desligamento do sinal analógico, as operadoras de TV paga deixaram de ser obrigadas a oferecer todas os canais abertos para seus assinantes. SBT, Record e RedeTV! entraram em negociações no ano passado, mas isso pode ser mais complicado para emissoras menores.

Por isso, a Anatel fez mudanças no regulamento do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC). O texto estabelece regras na relação entre operadoras de TV por assinatura e emissoras abertas.

A agência definiu que o carregamento do sinal digital de uma emissora aberta em um serviço de TV paga deve ser feito mediante acordo (retransmission consent) entre as duas partes. Se não houver um acordo, o canal pode exigir o carregamento gratuito do seu sinal. Nesses casos, a Anatel tem a decisão final.

Rodrigo Santana dos Santos, assessor do conselho diretor da Anatel, diz ao Tecnoblog que a medida visa preservar, principalmente, as emissoras pequenas. “Aqueles canais que têm audiência vão negociar e obter lucro com isso. Já os canais menores, que não têm interesse [das operadoras], podem exigir o carregamento”, afirma.

Em 2017, SBT, Record e RedeTV! retiraram suas programações dos principais serviços de TV paga – NET, Claro e Sky – por algumas semanas. Por meio da Simba Content, as três emissoras se uniram para reivindicar maiores valores por seus sinais digitais nesses serviços.

Os canais menores, porém, não contam com o mesmo poder de barganha, e por isso estão sendo protegidos na regulação. De acordo com Rodrigo, a Anatel poderia até mesmo ter adotado medidas mais fortes para assegurar que o sinal dessas emissoras fosse carregado. No entanto, a agência optou por deixar a negociação livre em um primeiro momento.

A intenção é analisar se haverá algum conflito maior entre canais e operadoras. “Caso tenha algum problema, com certeza a Anatel poderá pensar em alguma ação regulatória sobre isso”, diz Rodrigo. A regulação da Anatel entra em vigor no dia 12 de julho.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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