O eSIM é a futura geração dos chips de celular tradicionais. Ele vem embutido nos dispositivos e pode assumir o número de uma linha nova ou já existente, facilitando a portabilidade. Isso traz vantagens para os usuários, mas não está sendo bem recebido pela AT&T e Verizon, duas das maiores operadoras do mundo.

As empresas teriam atuado para permitir que os aparelhos com eSIM saíssem de loja bloqueados com apenas uma operadora. O objetivo seria impedir que os clientes optassem pelas concorrentes. A medida iria dificultar a portabilidade, justamente uma das principais vantagens do novo modelo.

Após queixas da Apple e de outras fabricantes, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação antitruste contra as duas operadoras. Juntas, AT&T e Verizon concentram cerca de 70% do mercado nos EUA, segundo o New York Times. Elas seriam as maiores beneficiadas pelo bloqueio do eSIM.

Responsável por definir o padrão do eSIM, a GSM Association também está sendo investigada. A associação de operadoras é suspeita de atender aos interesses das duas empresas. Em nota publicada no sábado (21), a GSMA admitiu que o modelo teria a opção de bloqueio.

No entanto, seria necessário o consentimento explícito dos clientes em acordos com a operadora, como a compra de um aparelho em um programa de fidelidade. A associação disse que irá interromper os trabalhos envolvendo o eSIM durante as investigações do governo americano.

Ao Ars Technica, a AT&T diz que forneceu todas as informações solicitadas pelo governo. A operadora afirmou que seguirá trabalhando dentro da GSMA, inclusive com quem discorda de suas propostas.

A Verizon disse que a investigação causa “muito barulho por nada”. Para a empresa, tudo se resume a “uma diferença de opiniões com algumas fabricantes em relação ao desenvolvimento do padrão do eSIM”.

O avanço do eSIM é de grande interesse de empresas como Apple, Samsung, Google e Microsoft. Usado em aparelhos como Apple Watch Series 3, Gear S3, Pixel 2 e Surface, o modelo ajuda as fabricantes a liberarem espaço dentro dos dispositivos. Com isso, é possível oferecer baterias e processadores mais avançados.

Com informações: ReutersEngadget.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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