A Motorola convidou a imprensa nesta quarta-feira (6) para anunciar seu mais novo smartphone, o Moto Z3 Play. Ele se encaixa na categoria de intermediário premium, e mantém suporte aos módulos, ou snaps. No entanto, o aparelho traz algumas novidades interessantes no design e na interface. Vamos a elas.

Eu venho usando um Moto Z2 Play nas últimas semanas, então as diferenças do Z3 Play ficaram mais perceptíveis. Tudo começa pela tela, que agora tem 6 polegadas, proporção 18:9 e resolução 2160 × 1080.

Ela mantém o painel Super AMOLED, com cores tão vibrantes quanto antes, e é protegida por vidro Gorilla Glass 3. O logotipo da Motorola na parte inferior é bem menos visível no aparelho em si que nas renderizações, então não deve incomodar.

Enquanto isso, a traseira agora é de vidro, em vez de alumínio. Ela ficou menos escorregadia — a pegada é mais firme — porém acumula marcas de dedo facilmente. A estrutura lateral é de alumínio, e também escorrega menos, mas também ficará marcada com suas digitais.

O Moto Z3 Play ficou ligeiramente mais grosso, com 6,75 mm de espessura (contra 6 mm no Z2 Play). Não é algo perceptível. Ainda assim, a bateria mantém os 3.000 mAh, e o conector 3,5 mm para fones de ouvido foi removido. Como eu vinha usando o Moto Z há mais de um ano, já estou acostumado a usar o adaptador para porta USB-C, mas certamente alguns sentirão mais falta.

Adeus, P2

Como a tela aumentou, o leitor de digitais precisava ir para algum lugar. Geralmente ele é migrado para a traseira, algo impossível aqui devido aos Moto Snaps. Por isso, o sensor foi deslocado para a lateral direita, bem onde ficava o botão liga/desliga.

Eu cadastrei minhas digitais, e o leitor desbloqueou o aparelho quase que instantaneamente. Foi fácil pegar o aparelho da mesa e liberá-lo ao mesmo tempo com o dedo indicador. É possível cadastrar até cinco digitais, tal como antes.

O leitor de digitais agora fica na lateral direita…
… e o botão liga/desliga foi para a lateral esquerda

No entanto, não é possível bloquear a tela tocando no leitor, tal como em outros aparelhos da linha Moto Z. Para tanto, é preciso usar o botão liga/desliga na lateral direita, o que eu achei meio desajeitado — talvez seja questão de costume.

E os gestos no leitor de digitais? Eles foram adaptados para um botão virtual na parte inferior. É uma barra alongada como no iPhone X, mas que funciona diferente: você toca nela para voltar à tela inicial; desliza para a direita para ver os apps abertos; desliza para a esquerda para voltar; e segura nela para ativar o Google Assistente.

A barra fica oculta nos apps em tela cheia; é preciso deslizar a partir das bordas para exibi-la.

Não adianta deslizar essa barra para cima, como no iPhone X, pois isso não fará nada. Ela fica oculta em apps de tela cheia: você precisa deslizar a partir das bordas para exibi-la, e então tocar nela para voltar à tela inicial. Vale notar que essa novidade é opcional: por padrão, você verá os clássicos botões Voltar/Home/Multitarefa.

Isso faz parte da experiência Moto, que modifica o Android bem de leve. Outro recurso bacana é um editor de prints, que aparece logo após você fazer uma captura de tela — você segura o botão liga/desliga mais o botão de reduzir volume, tal como antes.

Nova ferramenta embutida para editar prints

Os mesmos gestos de girar o smartphone para ativar a câmera, e chacoalhar para ligar a lanterna, continuam disponíveis. O filtro de luz azul, que pode ser ativado automaticamente à noite, também está aqui.

No geral, a Motorola mantém a experiência pura do Android 8.1 Oreo. As novidades dessa versão ficam mais nos bastidores: por exemplo, o sistema avisa o motivo pelo qual um app consome muita bateria — como solicitar sua localização com frequência. A mudança mais visível está no ajuste em alguns emojis.

Os emojis de cerveja e hambúrguer foram “corrigidos” no Android 8.1

Por dentro, temos aqui um processador Snapdragon 636 com oito núcleos. Ele não apresentou nenhum engasgo, e rodou Asphalt 8 nas configurações máximas sem problema, mas isso em um teste rápido.

Há duas versões do Z3 Play: uma delas tem cor índigo (azul escuro), 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento; a outra tem cor ônix (preto), 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. Ambos possuem suporte a microSD de até 400 GB.

A câmera traseira agora é dupla. O sensor principal é o mesmo do Z2 Play: 12 megapixels, abertura f/1,7 e pixels de 1,4 mícrons. O sensor secundário, por sua vez, tem 5 MP. Ela parece funcionar bem em desfocar o plano de fundo, e reconheceu uma pessoa corretamente em relação ao que estava atrás.

Além do modo retrato, temos aqui uma forma de gravar “cinemagraphs”, que são GIFs nos quais você pode escolher qual parte se movimenta — por exemplo, uma bandeira balançando.

O app da câmera traz integrado o Google Lens, que usa inteligência artificial para identificar objetos, marcas e texto. Ele abre e funciona rápido: mirei o aparelho em um logotipo da Motorola, toquei nele, e ele recomendou buscas sobre a empresa e o Moto Z Play.

Enquanto isso, a câmera frontal tem 8 megapixels, o que deve resultar em selfies mais nítidas que no Z2 Play (com sensor de apenas 5 MP). Há apenas um sensor aqui, mas o app oferece um modo retrato que desfocou bem o plano de fundo no meu teste rápido. No entanto, você não poderá ajustar o efeito blur após tirar a foto (isso é possível com a câmera traseira).

Por fim, ele é compatível com todos os snaps já lançados até agora. Segundo a Motorola, 40% dos brasileiros na linha Z têm um desses acessórios, especialmente de bateria e música.

O Moto Z3 Play está à venda por R$ 2.299 na cor índigo, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento. Há também kits com capinha, módulo de TV digital ou projetor. A versão ônix, com mais RAM e espaço, será lançada futuramente no Brasil.

Moto Z3 Play nas cores ônix (à esquerda) e índigo

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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