Quando o assunto é ferramenta de edição de imagem, há uma grande chance de o Photoshop ser o primeiro nome a vir à nossa mente, certo? Pois é, os programas da Adobe são tão populares que se tornaram quase sinônimos para esse tipo de tarefa.

Apesar disso, a empresa não quer ser conivente com quem usa suas ferramentas para enganar outras pessoas. Um estudo divulgado na sexta-feira (22) indica como a companhia pretende usar inteligência artificial para detectar fotos que foram manipuladas.

A solução criada é capaz de identificar em segundos se alguém adicionou, replicou ou removeu elementos de uma imagem. Para isso, ela analisa os rastros que são deixados quando uma foto é modificada.

“Cada uma dessas técnicas tende a deixar certas evidências, como bordas de contraste forte, áreas deliberadamente suavizadas ou diferentes padrões de ruído”, explica Vlad Morariu, cientista de pesquisa sênior da Adobe.

Essas pistas não são visíveis a olho nu, mas podem ser identificadas com análises aprofundadas e a aplicação de filtros que realçam a edição. A inteligência artificial desenvolvida pela Adobe usa duas técnicas para analisar as imagens.

A primeira delas modifica o fluxo de RGB, isto é, os valores de vermelho, verde e azul da imagem, e consegue realçar a manipulação. A segunda altera o fluxo de ruído da imagem. Como muitas câmeras têm seus padrões, é possível identificar quando há algo suspeito.

Para chegar às respostas, a inteligência artificial foi treinada com milhares de exemplos de fotos que foram editadas. “Treinamos com sucesso uma rede neural de aprendizagem profunda para reconhecer a manipulação de imagens”, diz Morariu.

Segundo ele, os algoritmos ainda estão sendo aperfeiçoados e, no futuro, poderão usar outras técnicas, como as diferenças de iluminação em trechos da foto.

Para Jon Brandt, diretor do Adobe Research, um dos papeis mais importantes que a empresa pode desempenhar é o de “desenvolver tecnologias que ajudem a monitorar e verificar a autenticidade de mídias digitais”.

A solução criada pela Adobe ainda não tem previsão de ser usada comercialmente, mas deverá contribuir bastante com investigações forenses digitais, que costumam levar mais tempo para verificar se uma foto é ou não verdadeira.

Com informações: Adobe.

Receba mais sobre Adobe na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

Relacionados