Toro é uma corretora para quem ainda não sabe investir em ações

Nova corretora de valores sugere investimentos em ações e opções, e só cobra taxa de corretagem se cliente lucrar

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 1 ano e 6 meses

A Toro apresentou nesta terça-feira (17) uma corretora de valores para atrair pessoas que querem investir em ações, mas ainda não sabem como fazer isso. A fintech, que recebeu investimentos de R$ 46 milhões, oferece uma interface simplificada para operar na bolsa e um modelo de negócios em que o cliente só paga se lucrar com a operação.

Em vez de apresentar somente um home broker tradicional, com acesso a todos os papéis da bolsa e as ferramentas para quem já está acostumado com renda variável, a Toro mostra recomendações de ações, o potencial de lucro e uma análise da empresa, informando quais fatores podem interferir positiva ou negativamente no preço da ação. Também há sugestões de opções, então é possível lucrar tanto na baixa quanto na alta.

As análises são realizadas por uma equipe de 13 pessoas e englobam as 180 ações mais negociadas na B3. Se o cliente quiser investir em uma companhia, a Toro mostra o potencial de lucro e de prejuízo da ação, sem usar os jargões comuns no meio, como stop loss e preço de disparo. Então, caso a recomendação seja seguida, o investidor paga 10% do lucro da operação; se houver prejuízo, não há cobrança de taxa.

É um modelo diferente das outras corretoras, que cobram uma taxa de corretagem (fixa ou variável) sempre que uma operação de compra e venda é realizada. Além disso, a Toro não possui taxa de custódia, um valor mensal que as corretoras geralmente cobram dos clientes que detém ações.

O produto “não é pensado para as mais de 600 mil pessoas que já investem na bolsa e têm conta em corretora”, mas para “dezenas de milhões de brasileiros que ainda não conseguem acessar os melhores investimentos”, segundo o sócio-fundador, Gabriel Kallas. Ainda assim, a fintech também oferece um produto tradicional, com corretagem fixa, para quem já está acostumado com o mercado.

E quem não quiser arriscar em renda variável? Nesse caso, a Toro oferece produtos de renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, com um diferencial curioso: há uma espécie de mercado secundário para negociar investimentos. No caso de CDBs em que o cliente só pode sacar o dinheiro após o vencimento, por exemplo, é possível vendê-lo para outra pessoa antes do prazo em um “marketplace”, obtendo o dinheiro de volta.

O objetivo da Toro é conseguir 500 mil clientes nos próximos 12 meses — ou seja, praticamente dobrar a quantidade de pessoas físicas que compram e vendem ações no país. A empresa diz que há potencial de mercado porque “apenas 0,3% dos brasileiros investem na bolsa”, sendo que a média dos países emergentes é de 5% e, nos Estados Unidos, o número chega a 60%.

A fintech, que já oferece trabalha no ramo de educação financeira há oito anos, vai liberar gratuitamente os cursos de investimento, sem exigir cadastro. Só é necessário abrir uma conta na corretora para operar. Os cadastros serão abertos “nos próximos dias” para todos os interessados, no site da empresa.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Canal Exclusivo

Relacionados