Apple, Google e IBM já não exigem diploma universitário para contratar

Levantamento com empresas dos Estados Unidos mostra que muitas delas não tratam a formação acadêmica como requisito; entre elas estão Apple, Google e IBM

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 6 meses
Google

Todas as grandes empresas de tecnologia contam com funcionários extremamente qualificados. Muitos deles se graduam nas melhores instituições de ensino do mundo. Mas isso não quer dizer que formação universitária é obrigatória: companhias como Apple, Google e IBM já não hesitam em priorizar experiências ou habilidades específicas no lugar de diplomas.

A constatação vem de um levantamento feito pelo Glassdoor, serviço online para busca de empregos. O site listou 15 grandes companhias norte-americanas — incluindo as três citadas aqui — que têm vagas em aberto para cargos avançados que não exigem, necessariamente, formação em universidades.

Isso não quer dizer que essas companhias abrem mão da qualificação. O que o levantamento da Glassdoor mostra é que, se o candidato possuir um conjunto de habilidades condizentes com o cargo, ele poderá ser contratado mesmo se não tiver diploma universitário.

A Apple, por exemplo, valoriza bastante a experiência do candidato, não importa se ele a obteve em um ambiente acadêmico ou em outras empresas. Já Joanna Daly, vice-presidente de talentos da IBM, contou à CNBC em entrevista no ano passado que a companhia leva em conta habilidades desenvolvidas em bootcamps, outros empregos ou mesmo por esforço próprio. Cerca de 15% dos funcionários da IBM nos Estados Unidos não têm formação superior.

O caso do Google é bastante interessante. Sergey Brin e Larry Page se conheceram na Universidade de Stanford quando estudavam para obter doutorado em ciência da computação. Eles praticamente criaram o Google dentro dos muros da instituição. Nos primeiros anos, eles trataram de fazer a companhia lembrar uma universidade, tanto na cultura interna quanto nos espaços físicos.

Essa abordagem ajudou o Google a atrair jovens talentos que vislumbravam a chance de fazer carreira em uma companhia com cultura interna não tradicional. Mas o nível de exigência era elevado: fala-se que, por muito tempo, o Google fazia questão de só contratar funcionários que viessem de universidades de primeira linha e que, além disso, tivessem notas altas.

IBM (Imagem: Wikipedia)

Não é mais assim. Formação acadêmica continua sendo importante para o Google — na verdade, para a Alphabet como um todo —, mas já não é requisito para contratação. E não é de hoje: em 2014, Laszlo Bock, então vice-presidente de recursos humanos, explicou que o Google prioriza a capacidade cognitiva geral do candidato, não o seu quociente de inteligência.

“É a capacidade de aprender. É a capacidade de processar na hora. É a capacidade de reunir diferentes tipos de informações”, completou Bock.

Não considerar apenas diplomas nas contratações tem sido uma prática de boa parte das grandes empresas norte-americanas, mas parece ser mais importante para as gigantes de tecnologia: muitas delas têm dificuldade para preencher vagas e, no processo de busca por talentos, já perceberam que nem sempre currículo acadêmico impecável é sinônimo de bom desempenho profissional.

Com informações: CNBC.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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