Venezuela obriga bancos a adotarem criptomoeda Petro

Criptomoeda vale o equivalente a um barril de petróleo e convive com o bolívar soberano

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Bandeira da Venezuela (Foto: Pixabay)

O governo Nicolás Maduro ordenou na segunda-feira (27) que os bancos públicos e privados da Venezuela adotem o petro como unidade de conta. A criptomoeda tem valor equivalente a um barril de petróleo (cerca de 60 dólares) e foi criada para tentar superar uma crise econômica que vem se arrastando desde 2013 no país.

Com a determinação, os bancos terão que fazer adaptações tecnológicas para suportar as duas moedas da Venezuela: a criptomoeda petro e o bolívar soberano, que começou a circular em 20 de agosto. Todas as transações deverão ser exibidas nas duas unidades, tanto nos sites das instituições financeiras quanto em comunicações com os clientes, como em mensagens de texto e extratos bancários.

O petro (PTR) não é uma criptomoeda tradicional como o bitcoin ou ether: ele é emitido por uma autoridade central (o governo da Venezuela), tem preço fixado em 1 barril de petróleo venezuelano e todos os 100 milhões de tokens já foram “minerados” em sua criação. A ideia é que o petro seja negociado em casas de câmbio, como outras criptomoedas, mas isso não aconteceu até o momento.

A Venezuela também determinou que o petro seja vinculado à nova moeda do país: atualmente, 1 barril de petróleo venezuelano vale 1 petro, que vale 3.600 bolívares soberanos. Essa moeda substituiu o antigo bolívar, que passou por uma forte desvalorização: 100.000 bolívares foram trocados por um único bolívar soberano na semana passada.

Enquanto isso, o salário mínimo na Venezuela é de 0,5 petro, o equivalente a R$ 123, e a inflação bateu recorde em julho de 2018, com uma taxa anual de 82.766%.

Com informações: AFP, The Next Web.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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