Google continua permitindo que apps terceiros leiam seus e-mails

O gigante das buscas pouco fez para que a prática fosse restringida

André Fogaça
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Foto por Drew Tarvin/Flickr

De acordo com uma carta enviada pelo Google nesta quinta-feira (20) para os senadores dos Estados Unidos, a empresa continua permitindo que aplicativos terceiros tenham acesso aos seus e-mails. Eles conseguem ler e compartilhar os dados encontrados, sem muitas dificuldades e mesmo depois do próprio Google ter desistido de fazer isso.

E-mails são acessados sem dificuldade

O gigante das buscas coloca algumas exigências para que os dados sejam compartilhados com outras empresas, como deixar transparente quem pegou e para onde a informação foi, deixando o usuário ciente de que seus e-mails são fonte de conhecimento para além do próprio destinatário.

Os dados que são buscados geralmente são informações sobre compras, quem são os destinatários mais comuns e tudo isso é focado em publicidade mais relevante – como propaganda de piscinas, se você começa a trocar algumas mensagens sobre piscina com um amigo.

“Os desenvolvedores podem compartilhar dados com terceiros, desde que sejam transparentes com os usuários sobre a maneira pela qual os dados estão sendo usados”, escreveu, na carta, a vice-presidente de políticas públicas e assuntos governamentais do Google nas Américas, Susan Molinari.

A carta ainda diz que alguns dos desenvolvedores conseguem ler o e-mail por completo, sem restrições, deixando claro que a privacidade de 1,4 bilhões de usuários do sistema de e-mails do Google está bastante fragilizada. Ao menos os usuários podem remover acesso destes apps, dentro das configurações de cada conta do Google.

A empresa não está diretamente ligada ao escândalo que aconteceu com o Facebook e a Cambridge Analytica em 2016, mas o pedido de resposta foi feito pelo republicano John Thune, logo depois de uma reportagem que mostrava que os desenvolvedores tinham mais acessos aos dados de contas do Google.

O Google não respondeu tudo

A resposta mostra que o Google pode não utilizar mais o Gmail como fonte de informações para publicidade, mas que pouco faz para que outras empresas sigam este caminho. A carta diz apenas que se alguma atividade suspeita é encontrada em um dos apps que tem acesso ao Gmail, o Google suspende suas atividades e avisa aos usuários sobre o ocorrido.

Uma audiência está marcada para o dia 26 deste mês com o Google, Apple,Twitter e a operadora de telefonia móvel americana AT&T, com Comitê de Comércio do Senado para responder perguntas sobre privacidade de seus usuários. Certamente que a carta desta semana será munição para os senadores.

Com informações: The Wall Street Journal.

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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