Facebook Portal é um alto-falante inteligente com microfone e câmera para sua casa

Facebook Portal faz videochamadas via Messenger e tem câmera que acompanha você, mas não traz Instagram nem WhatsApp

Felipe Ventura
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• Atualizado há 4 meses

O Facebook está lançando um alto-falante inteligente chamado Portal, focado em videochamadas através do Messenger. Ele vem em dois modelos, com tela de 10 ou 15 polegadas, e tem uma câmera que acompanha você. No entanto, o dispositivo não dá acesso ao Instagram nem WhatsApp; e requer muita confiança na rede social, afetada por escândalos de privacidade.

O Portal de US$ 199 possui tela de 10 polegadas com resolução 1280 x 800, um alto-falante de 10 watts na base e uma câmera de 12 megapixels na parte superior.

Enquanto isso, o Portal+ de US$ 349 tem um display Full-HD de 15 polegadas, alto-falantes mais potentes de 20 watts e câmera de 12 MP. Ambos estão disponíveis em preto e branco.

Portal faz videochamadas via Facebook Messenger

O destaque fica para as videochamadas, feitas através do Facebook Messenger. A câmera tem um campo de visão de 140 graus, detecta pessoas no ambiente e consegue “seguir” você ao andar de um lado para o outro. Ela é fixa: esse truque é feito por um software de visão computacional, e foi desenvolvido em parceria com um diretor de fotografia ganhador de Oscar.

O foco do Portal está nas videochamadas. Você escolhe contatos do Messenger como seus “favoritos” e consegue ver se eles estão online. Um recurso chamado Story Time usa realidade aumentada para ilustrar uma história: por exemplo, se você estiver em uma chamada com seu filho lendo um livro sobre o lobo mau, imagens dos três porquinhos vão aparecer automaticamente na tela.

O Portal não tem um assistente de voz do Facebook. Você pode controlar funções básicas, como iniciar uma chamada ou diminuir o volume, dizendo “ei Portal”. Enquanto isso, a Amazon Alexa cuida de solicitações mais avançadas, como timers ou previsão do tempo.

Facebook Portal e Portal+

Portal não acessa YouTube, Instagram nem WhatsApp

Os dois dispositivos têm os mesmos recursos de software. Eles podem ser controlados por toque ou por comandos de voz. É possível assistir a vídeos do Facebook Watch ou da Food Network (não do YouTube) e ouvir música do Spotify, iHeartRadio e Pandora. E quando não está em uso, a tela exibe suas fotos do perfil.

As duas versões do Portal também têm as mesmas limitações. Você não pode ler nem enviar mensagens no Messenger, só fazer videochamadas; não há como acessar o feed de notícias do Facebook; não existe um navegador web acessível ao usuário; e não é possível acessar WhatsApp nem Instagram.

Facebook permite cobrir câmera e desativar microfone

O Facebook colocou vários recursos de privacidade no Portal para tentar convencer mais pessoas a comprá-lo. Há uma cobertura física para a câmera, bem como um interruptor para desativar os microfones internos. A câmera apenas detecta rostos, sem usar tecnologia de reconhecimento facial (não identifica de quem é o rosto).

A empresa afirma que “o Facebook não ouve, visualiza nem mantém o conteúdo de suas videochamadas do Portal”. As ligações são criptografadas. O histórico de seus comandos de voz fica armazenado no seu perfil, mas pode ser excluído manualmente.

Este é o primeiro hardware do Facebook para consumidores, sem considerar os headsets da Oculus para realidade virtual. Conhecido internamente como “Aloha”, o Portal estava previsto para ser lançado em maio na conferência F8, mas foi adiado devido ao escândalo Cambridge Analytica. A confiança na rede social está baixa, especialmente após um novo incidente que afetou 90 milhões de contas. Usuários nos EUA dizem estar menos propensos a confiar seus dados pessoais ao Facebook.

Será que o Portal tem alguma chance? As duas versões já estão disponíveis em pré-venda, apenas nos EUA, e serão entregues em novembro.

Com informações: Mashable, The Verge.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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