O que os reviews dizem sobre o Google Pixel 3

Pixel 3 e Pixel 3 XL são elogiados pela qualidade da câmera, mas design e hardware dividem opiniões

há 5 anos e 6 meses • Atualizado há 2 anos e 4 meses

Google Pixel 3 XL (Foto: Wired)

Apresentados pelo Google na semana passada, os smartphones Pixel 3 e Pixel 3 XL tiveram seus primeiros reviews publicados pela mídia americana nesta segunda-feira (15). Como previsto, a câmera é um dos maiores trunfos do produto: ninguém deixou de elogiar a qualidade das fotos e os recursos de software do Google, que prometem melhorar o alcance dinâmico, a nitidez e as cores das imagens.

Os novos aparelhos se diferenciam pelas telas, com 5,5 polegadas no Pixel 3 e 6,3 polegadas no Pixel 3 XL, sendo que este último conta com um notch na parte superior para abrigar a câmera frontal dupla. Eles têm hardware de smartphone premium, com processador Snapdragon 845, sistema operacional Android 9 Pie com atualizações até o Android S e preços de US$ 799 a 999.

Câmera que tira fotos impressionantes

A unanimidade entre as análises do Pixel 3 está na câmera, com 12,2 megapixels e lente de abertura f/1,8. Ela conta com recursos para melhorar o resultado final: o Top Shot captura uma sequência de fotos antes e depois do clique, escolhendo a melhor delas e descartando as ruins; o Night Sight te deixa fotografar no escuro sem acionar o flash; e o Super Res Zoom combina várias fotos para dar zoom mantendo a nitidez.

Foto com Pixel 3 (Android Police)

Segundo o Android Police, as fotos têm cores precisas, sem o aspecto artificial encontrado em algumas câmeras com HDR ativado. “Assim como no Pixel 2, você pode notar um pouco de ruído e textura quando dá zoom e analisa os detalhes, mas isso faz parte do que torna as fotos tão naturais e realistas quando vistas em tamanho real. Elas não parecem artificialmente suavizadas, falsas ou sinteticamente melhoradas”.

E os recursos? O The Verge comenta que o Super Res Zoom é a “resposta do Google para a lente secundária telefoto que você encontra em outros smartphones”. O jornalista Dieter Bohn diz que isso “funciona, mas não acho que seja tão bom quanto uma segunda lente dedicada”. Por sua vez, o Top Shot “não ligou toda vez que eu pensei que deveria, mas, quando funcionou, salvou vidas”.

Comparativo entre iPhone XS, Pixel 2 XL e Pixel 3 XL (The Verge)

Comparativo entre Pixel 3 XL e Galaxy Note 9 (Gizmodo)

A Wired destacou a qualidade da câmera frontal, que passou a ser dupla. “Os novos smartphones flagship da Samsung também possuem um modo de selfie em grupo. Mas as selfies do Pixel 3 saíram melhor do que as que eu tirei com um Galaxy S9, com menos distorção e sem os borrões na imagem que estavam presentes nas fotos da Samsung”.

O design e o hardware não agradaram tanto

Se a câmera foi muito elogiada, o mesmo não se pode dizer do design. Não só pelo entalhe na tela do Pixel 3 XL, que foi apontado pelo Ars Technica como “um dos maiores já colocados em um smartphone”, mas também pela traseira, feita de um material apelidado pelo Google de “soft touch glass”, uma espécie de vidro macio ao toque.

O The Verge criticou a falta de resistência do material: “jogamos os celulares nos bolsos com chaves e andamos por aí. Os resultados foram arranhões sutis no acabamento fosco que não saem dali”. O Google respondeu que o vidro do Pixel 3 é comparável a de outros smartphones premium, mas o veículo discorda que os riscos estejam dentro dos padrões da indústria.

Marcas na traseira do Google Pixel 3 (Foto: Ars Technica)

O mesmo foi notado pelo Ars Technica. “A traseira absorve a gordura da pele e rapidamente fica nojenta. Isso não é facilmente resolvido com uma limpeza rápida — essa superfície realmente segura o óleo e precisa de um esfregão forte para ficar limpa. O vidro com toque macio também é, bem, macio, e arranha mais fácil que Gorilla Glass normal. Você pode causar uma marca nela com algo tão macio quanto uma unha”.

Outra coisa que não agradou: as especificações. Segundo o Gizmodo, os 4 GB de RAM e os 64 ou 128 GB de espaço parecem pouco para um celular de US$ 799. Não ter a opção de mais RAM ou uma entrada para microSD “parece ruim para um dispositivo flagship”. O Ars Technica destaca que desenvolvedores de games, como a Epic, já estão tendo problemas para rodar Fortnite com 4 GB de RAM, e teme que a vida útil do Pixel 3 seja limitada por causa da memória.

Apesar disso, pelo menos por enquanto, o hardware do Pixel 3 parece suficiente. O desempenho do aparelho foi descrito como “excepcional” pelo Android Police, com animações fluidas. E as baterias de 2.915 mAh do Pixel 3 e 3.430 mAh do Pixel 3 XL “duram o dia todo com uso moderado”, segundo o The Verge. No teste de navegação do Ars Technica, o Pixel 3 XL aguentou 759 minutos longe da tomada, resultado parecido com o do Galaxy S9+ (730 minutos) e iPhone XS Max (734 minutos).

Teste de bateria do Google Pixel 3 XL (Foto: Ars Technica)

Bons recursos de software que funcionam

Os diferenciais de software foram bem recebidos pela Wired, como o que filtra ligações de telemarketing. “Algumas pessoas estão preocupadas com o fato de que mandar robôs atenderem chamadas telefônicas é o próximo passo em direção a um mundo frio e insensível. No entanto, também fiquei muito satisfeito quando um número desconhecido ligou para meu Pixel 3 e, depois que o Google Assistente pediu que a pessoa informasse sua empresa, ela desligou imediatamente”.

O Android 9 Pie, que deverá chegar até o Android S no Pixel 3, também não decepcionou o Android Police. “Pode parecer excessivamente restrito e básico para alguém que aproveitou ao máximo o software da Samsung por vários anos, mas eu normalmente gosto da simplicidade da abordagem do Google para o Android. O design é simples e convidativo, com partes coloridas e excelente uso de cores contrastantes com vários níveis de opacidade em toda a interface”.

Android 9 Pie no Google Pixel 3 (Foto: Android Police)

Não tão cedo no Brasil

O Pixel 3 e o Pixel 3 XL começarão a ser entregues aos compradores nos Estados Unidos na quinta-feira (18), com preços de US$ 799 a US$ 999. Até o final do ano, ele também será vendido no Reino Unido, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, Índia, Irlanda, Itália, Singapura, Espanha e Taiwan.

E aqui? O Google diz em comunicado que “não tem previsão de lançamento para o Brasil”. É pouco provável que o aparelho seja comercializado oficialmente no país: as gerações anteriores não deram as caras no mercado brasileiro, e as vendas de produtos físicos do Google se limitam ao Chromecast. Também não há sinal de homologação dos celulares na Anatel.

Google Pixel 3 e Pixel 3 XL – ficha técnica

Tela: OLED de 5,5 polegadas com resolução de 2160×1080 pixels (Pixel 3) e 6,3 polegadas com 2960×1440 pixels (Pixel 3 XL), ambas com Gorilla Glass 5 e HDR
Processador: octa-core Snapdragon 845 de 2,5 GHz com chip gráfico Adreno 630
RAM: 4 GB LPDDR4x
Armazenamento interno: 64 ou 128 GB, sem possibilidade de expansão
Câmeras:
- Traseira: 12,2 megapixels, lente de abertura f/1,8, pixels de 1,4 μm, estabilização óptica e eletrônica de imagem, foco automático por detecção de fase
- Frontal: 8 megapixels, lente grande angular de abertura f/2,2 com foco fixo e normal de abertura f/1,8 com foco automático por detecção de fase
Bateria: 2.915 mAh (Pixel 3) e 3.430 mAh (Pixel 3 XL) com carregamento por USB-C de 18 watts ou sem fio (padrão Qi)
Conectividade: 4G (bandas 1, 3, 7, 28 e mais), Wi-Fi 802.11a/b/g/n/ac de 2,4 e 5 GHz, Bluetooth 5.0 LE, NFC, GPS, Glonass, Galileo, Beidou
Dimensões: 68,2×145,6×7,9 mm (Pixel 3) e 76,7×158,0x7,9 mm (Pixel 3 XL)
Peso: 148 gramas (Pixel 3) e 184 gramas (Pixel 3 XL)
Sistema operacional: Android 9.0 Pie com atualizações até 2021