A sala de guerra do Facebook para as eleições dos EUA e do Brasil

A sede do Facebook ganhou uma sala de conferência para investigar spam e discurso de ódio com fins eleitorais

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Sala de Guerra do Facebook

A interferência estrangeira e o alcance das notícias falsas na internet na eleição presidencial americana em 2016 fizeram o Facebook se tornar mais ativo neste ano. Com as eleições legislativas nos Estados Unidos e o segundo turno no Brasil, a empresa abriu o que chamou de “sala de guerra”.

Trata-se de uma sala de conferência na sua sede em Menlo Park, na Califórnia, voltada para investigar usos inadequados da rede social com fins políticos. Aberto em setembro deste ano, o espaço é ocupado por dezenas de funcionários que acompanham a atividade no Facebook a partir de diversas telas.

Segundo o Facebook, a sala de guerra é importante porque reúne funcionários de setores diferentes e permite que as decisões sejam tomadas com mais agilidade. Com o espaço, a expectativa é impedir que ações irregulares influenciem no resultado de uma eleição.

Para isso, a equipe do Facebook analisa variações suspeitas dos níveis de spam e de discurso de ódio com a ajuda de um software próprio. A ferramenta é capaz de analisar se há muitas publicações recentes tentando mudar o compartamento dos eleitores.

Um dos casos descobertos recentemente diz respeito à eleição brasileira. A fraude dizia que o dia da votação havia sido alterado por conta de protestos. Com a ajuda deste software, as publicações com esse teor foram rapidamente identificadas e removidas pelo Facebook.

A plataforma ainda utiliza o CrowdTangle, outra ferramenta própria que monitora a disseminação de conteúdos no Facebook, no Instagram, no Twitter e no Reddit.

A análise é feita em conjunto por equipes de inteligência contra ameaças, ciência de dados, engenharia, pesquisa, operações, comunicações, além do setor jurídico da empresa e de integrantes do WhatsApp e do Instagram.

Quando alguém identifica algo suspeito, os cientistas de dados do Facebook são alertados. Eles, então, podem investigar o caso e repassá-lo para a equipe de operações, que poderá tomar as ações necessárias, como a exclusão do conteúdo.

Em uma das telas, ainda há uma transmissão de vídeo em uma sala semelhante no escritório do Facebook no Brasil. O objetivo é permitir que as equipes dos dois países troquem informações de forma instantânea.

O Facebook afirma que este trabalho ocorre desde 2016, mas agora a operação está centralizada em um espaço. A empresa não garante que a sala de guerra será usada constantemente, mas com eleições importantes ocorrendo todos os anos, a tendência é que ela continue na ativa por bastante tempo.

Com informações: The Verge, Mashable, TechCrunch.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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