Google e Microsoft preparam Chrome para Windows 10 em ARM

Engenheiros da Microsoft enviam contribuições para o Google Chrome rodar no Windows em processadores Snapdragon

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Foto por Stephen Shankland/Flickr

Microsoft e Google estão trabalhando juntas para levar o navegador Chrome a dispositivos com Windows 10 em ARM. Essa versão do sistema operacional roda em processadores Qualcomm Snapdragon, em vez de Intel, e promete maior duração de bateria sem comprometer (muito) o desempenho.

O 9to5Google descobriu que engenheiros de software da Microsoft estão enviando contribuições envolvendo o “Windows ARM64” para Chromium, projeto de código aberto no qual o Chrome é baseado.

As contribuições (commits) envolvendo o Windows 10 ARM vêm sendo enviadas desde meados de outubro por engenheiros com e-mail @microsoft.com. Quase todas já foram aceitas (estão marcadas como “merged”).

Em outubro, um diretor de produto na Qualcomm disse ao Android Authority que a empresa vinha trabalhando com o Google para desenvolver o Chrome para ARM. “Eu acredito que você o terá por volta da segunda metade do ano que vem”, comentou o executivo.

O Windows 10 em ARM pode se tornar mais atraente se for compatível com o Chrome, navegador web mais usado no mundo. Na semana passada, a Microsoft liberou ferramentas para criar apps nativos em ARM 64 bits, removendo uma das limitações do sistema. A Intel tem alguns motivos para se preocupar.

Google Chrome pode ser oferecido na Microsoft Store

Um dos commits da Microsoft se chama “adicionar suporte ao Windows ARM64 para a sandbox do Chromium“; este recurso isola as abas do navegador em processos separados. Outro sugere “adicionar suporte à ABI do Windows ARM64 ao V8“; esta é a engine do Google para renderizar JavaScript. Há também uma menção à Windows Store.

Tudo isso indica que o Chrome será disponibilizado na loja do Windows, e que as páginas da web serão renderizadas com tecnologia do Google. Atualmente, uma regra da Microsoft impede isso: navegadores na loja do Windows precisam usar as engines de HTML e JavaScript do Edge (EdgeHTML e Chakra). O Chrome usa as engines Blink e V8.

Essa regra deve mudar no futuro, já que muitos aplicativos modernos dependem de tecnologias web mantidas pelo Google. A biblioteca de código aberto Electron, usada pelo Slack e até pelo Microsoft Visual Studio Code, é uma combinação do Chromium e Node.js. Por sua vez, o Node.js foi criado com base na engine V8.

Com informações: 9to5Google.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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