mmWave: o que são as ondas milimétricas que fazem o 5G funcionar em frequências altas
Além das frequências tradicionais, abaixo dos 6 GHz, o 5G deverá operar em faixas entre 24 e 60 GHz, as chamadas mmWave
TB Responde
O 5G já é realidade em alguns países. No Brasil, o leilão da Anatel para as frequências na nova geração de conexão ficaram para 2021, enquanto a popularização da tecnologia pode ficar para 2022 ou 2023. Quando isso finalmente acontecer, talvez você se depare com um nome bem importante da nova geração de redes móveis: o mmWave (Milimiter Wave), já presente no iPhone 12. O que diabos é isso?
As ondas milimétricas são as que trazem as maiores vantagens do 5G: maior velocidade nas conexões e maior capacidade para dar conta de literalmente trilhões de dispositivos conectados à internet. Em resumo, elas farão o 5G funcionar em frequências extremamente altas, entre 24 e 60 GHz.
Mas, é preciso considerar uma regra básica da física: quanto maior a frequência da onda, menor a penetração de sinal. É por isso que você passou a ter sinal de 4G em muito mais lugares depois que as operadoras expandiram as redes de 2,5 GHz para frequências mais baixas — principalmente a de 700 MHz, ativada depois do fim da TV analógica.
Nos Estados Unidos, na Coreia do Sul e no Japão, uma das frequências do 5G mmWave será a de 28 GHz, que funcionará em conjunto com as faixas “tradicionais”, aquelas abaixo dos 6 GHz. No Brasil, as operadoras usarão além da frequência de 3,5 GHz, as ondas milimétricas de 26 GHz, que também deverão ser adotadas na Europa.
Essas faixas mais altas não são um problema em aplicações fixas: conexões via satélite na banda Ka, entre 26 e 40 GHz, são realidade há anos, por exemplo. Mas, como isso pode funcionar de forma minimamente estável em um dispositivo móvel, como um smartphone, sem precisar de uma usina nuclear para dar conta do gasto de bateria? Com uma série de técnicas para minimizar a perda de sinal no meio do caminho.
As antenas mmWave dentro dos próximos aparelhos suportarão beamforming — ou seja, vão utilizar algoritmos mais eficientes para enviar e receber pulsos de sinais para a torre da operadora por meio da melhor rota possível, evitando ao máximo os obstáculos físicos que enfraquecem a conexão.
E eu escrevi “antenas”, no plural, porque os celulares terão várias delas ao redor das bordas para evitar a queda de sinal. Como as ondas milimétricas são de baixíssima penetração, até a sua mão poderia interferir significativamente no 5G mmWave (e a fabricante não poderá reclamar que você está segurando errado).
Usar várias antenas com beamforming exige um espaço físico maior dentro dos produtos, mas a Qualcomm já anunciou o QTM052, um módulo de antenas mmWave do tamanho da ponta do seu dedo indicador que encaixa nas bordas dos smartphones atuais. Cada módulo tem quatro antenas e as fabricantes deverão adotar ao menos três deles nos celulares. O modem Snapdragon X50 dá conta de até quatro módulos, então estamos falando de até 16 antenas (!) no mesmo aparelho.
Essa coisa minúscula é o QTM052, com antenas de 5G
Em conversas com executivos da indústria de tecnologia, eu ouvi algumas vezes a história de que o 5G não é para celulares: mesmo o 4G já tem capacidade suficiente para você fazer praticamente tudo, como assistir a um vídeo pesado em 4K por streaming e em movimento (desde que a operadora tenha feito a parte dela). Quem precisa de ainda mais velocidade se as franquias continuam a mesma coisa?
Na verdade, 5G é feito sob medida para a internet das coisas, em um cenário em que muitos dispositivos estarão conectados ao mesmo tempo na mesma rede. Não só smartphones ou maquininhas de cartões, mas também carros, semáforos, equipamentos hospitalares, eletrodomésticos, lâmpadas ou qualquer outra coisa que tenha um circuito eletrônico integrado.
Até por isso, os planos de 5G deverão ser diferentes das atuais ofertas para celulares: não faz sentido uma fechadura ter ligações DDD ilimitadas, 2 GB de internet e WhatsApp que não desconta da franquia.
Só não espere algo tão cedo no Brasil: o leilão das primeiras faixas do 5G está reagendado para 2021, mas as operadoras já disseram que a tecnologia é cara e não haverá correria para lançá-la no país.
Comentários
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"Esse 5G tá mais pra Internet ultra-rápida residêncial com um modem no telhado pra não ter sinal obstruído do que pra solução prática pra dispositivos móveis."
Penso o mesmo, a alguns anos eu já digo que a internet móvel vai substituir a internet a cabo pois ficará muito mais barato para uma operadora instalar uma antena móvel do que ampliar a rede de cabos por dentro dos bairros.
Por que todo mundo quer internet se ninguém lê a matéria?
Mais de uma vez foi falado que o 5G não tem como aplicação principal os celulares. E a maior parte dos comentários é gente reclamando que o "4G não funciona direito aqui no interior da Paraíba!!1111 Minha franquia é muito baixa!!111".
Talvez estejamos caminhando rápido demais no que compete a conexão em si, do que no poder de consumo da mesma! Da parcela que vai REALMENTE usar o 5G boa parte não vai sentir uma diferença notável em relação a uma boa conexão 4G, no fim as fabricantes querem apenas oferecer o 5G como fator de compra e depois jogar a culpa do consumo ainda maior da bateria (já que ninguém lembra muito desse componente né mesmo?!)
Ué, não entendi. Semana passada mesmo eu li que a Anatel vai destina o 3,5 Ghz para o 5G no Brasil. E que tinha o problema de só dispor de uma faixa de 200Mhz pra isso, sendo que cada operadora demandaria um espectro de 100Mhz para a tecnologia funcionar plenamente. Se não o fizer, vai fica capado.
Vai ser qual então 1,5 Ghz ou 3,5Ghz????
Eu tenho VoLTE aqui no meu celular mid-range. nos dois chips, "incrusive".
Pergunta ao redator: Se a mão pode ser um problema, o que dizer de paredes, lajes e tetos?
Não consigo ver como essa tecnologia vai funcionar indoor.
Não precisamos de 5G, precisamos só de maior alcance de sinal, agregação de bandas no 4G e VoLTE. Só isso seria a perfeição!
Poderiam assumir logo que ainda não projetaram um 5G pra telefones e usar a marca 5G M2M/IoT pra isso aí.
Podemos então esperar pelo menos uns 4 anos de muita conversa sobre 5G sem grande uso em qualquer canto.
As operadoras certamente vão dedicar um bom tempo ao 4G, e isso será o melhor pra gente.
Tecnologia nova é assim, tem que ser implantada, e vai melhorar com o tempo.
Já foi uma batalha conseguir as novas faixas para o 4G e melhorar sua qualidade, vamos ter que nos preocupar agora com área de novo?
o foco do 5G não é no principio para a utilização em smartphones e sim para internet das coisas, por exemplo na aplicação de um carro autônomo o trafego de dados é gigantesco e o 4G não suporta. Mais é claro que é questão de tempo para o 5G se tornar popular como o 4G é hoje
Resumão: Ta super instável por hora, com qualquer coisa, até sua mão podendo bloquear o sinal fraco e depende de muita atualização. Em 2023 a gente usa algo "bom" nas capitais. Em 2029, com o 7G, talvez nas demais cidades que terão recebido o 4.5G a menos de 2 anos.
Será esta a evolução das tecnologias de rede celular no Brasil? Com o 3G / 4G você precisa dar um passo pro lado pra perder a conexão, como 5G bastará segurar o telefone de outro modo ou virar a cabeça. Supimpa!
Aaaa Higa --- "até a sua mão poderia interferir significativamente no 5G mmWave (e a fabricante não poderá reclamar que você está segurando errado)." Steve Jobs vai te visitar pra puxar sua orelha ou o pé (fato mais comum para fantasmas) kkkkkkkkk
Pros mobile será um pulo em termos de adaptação: em um ano todas as marcas terão a maior parte de suas linhas com 5G, só vai faltar funcionar direito.
Concordo com o ponto de vista do Eudes, celulares irão apenas ficar mais caros e mais "difíceis" de conseguir rede.... 4G funcionando bem me cobriria muito bem...
O que realmente querem com isso é matar a manutenção das linhas cabeadas.... seria uma forma de baratear de maneira absurda (para as operadoras) as conexões, com a desculpa de ser "ultrarrápida".
Minha opinião como vítima cliente de operadoras....
Então é isso que aquele “economizador de dados” que apareceu no app da Nextel faz 🤔
Tenho 20GB e nunca me preocupei em ativar isso pois não tenho usado muito dados ultimamente, só tenho 20GB pois era R$ 10 de diferença pro plano de 8GB e quando for passar feriado em família na casa da minha avó (sem Wi-Fi) é o que vai salvar a minha sanidade.
Interessante, vale um teste.,... Isso é o padrão em tudo deles ou algum plano especifico?
Ambos 3G e 4G ainda não foram explorados ao limite da tecnologia aqui no BR. E nem vão se depender das operadoras. E ambas ainda tem muito o que oferecer.
E ao que tudo indica daqui pra frente a ANATEL não vai impor um calendário de implantação de tecnologia, como ocorreu com o 4G por causa da Copa do Mundo em 2014. As faixas vão ser leiloadas mas colocar pra funcionar de fato não acredito que vá ter algo antes de 2022 no mínimo.
A Nextel me oferece 15 GB/mês, mas com uma condição, velocidade menor (suficiente pro youtube em 480p).
Fiz um teste de velocidade nesse momento e consegui 8 Mbps no 3G (já passei dos 20Mbps no 3G da Nextel) o que acho excelente pro 3G, da até pra compartilhar Internet com o computador e assistir Netflix.
No 4G dependendo da região e do horário fica até melhor que minha Internet residencial, esse 5G me parece muito exagero de velocidade pra ser bloqueado pela minha mão ao segurar o telefone errado.
Era melhor as operadoras investirem em expandir o 4G, 4.5G (LTE advanced) que pro uso normal tá bom o suficiente no momento e se conseguissem expandir a cobertura pra ter sinal 4G em todos os lugares onde tem 3G/2G já ficaria bom o suficiente por um bom tempo.
Esse 5G tá mais pra Internet ultra-rápida residêncial com um modem no telhado pra não ter sinal obstruído do que pra solução prática pra dispositivos móveis.
Pra que velocidade sw a merda da franquia não passa dos 3gb ao mês??
A Tim está precisando expandir urgentemente, amanhã vou pegar um chip da Claro emprestado pois vou viajar para uma cidade que não tem nem 3G da Tim.
A ultima coisa que eu quero é ficar sem sinal até se passar uma agulha perto do meu celular, o que precisamos no momento é melhorar o alcance do 4G pra pegar em qualquer buraco que estejamos, porque de fato, velocidade na tecnologia não falta (talvez na rede).