Rosto impresso em 3D engana reconhecimento facial de celulares Android

LG G7 ThinQ, Galaxy Note 8, Galaxy S9 e OnePlus 6 reconheceram rosto feito em impressora 3D; iPhone X foi o único que passou no teste

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Teste de reconhecimento facial - Forbes

Não é só notch. 2018 também é o ano que trouxe uma grande variedade de smartphones com reconhecimento facial, inclusive entre modelos intermediários, a exemplo do Galaxy J8. Mas é melhor tomar cuidado com essa tecnologia: em um teste feito pela Forbes, aparelhos Android foram enganados por uma cabeça humana gerada em impressora 3D. Só o iPhone X passou na prova.

Thomas Brewster, jornalista da Forbes que conduziu a experiência, encomendou um modelo 3D da sua própria cabeça justamente para avaliar a eficiência dos mecanismos de reconhecimento de cinco smartphones: iPhone X, LG G7 ThinQ, Galaxy Note 8, Galaxy S9 e OnePlus 6.

A cabeça falsa foi muito bem construída. Ela tem tamanho real e foi “lapidada” por um software de edição para corrigir eventuais erros provenientes da etapa de captura de imagens. A versão final é incrivelmente detalhada, só não sendo mais realista por ter coloração um tanto opaca.

Com o artefato feito em impressora 3D em mãos, Brewster executou a etapa seguinte do teste: registrou a sua fase nos cinco mencionados smartphones e, então, colocou a falsa cabeça diante de todos eles. Os quatro aparelhos Android reconheceram o rosto falso e desbloquearam o sistema operacional.

Os resultados do teste colocaram o OnePlus 6 como o smartphone mais inseguro entre os avaliados. Os outros três Androids avisaram que o reconhecimento facial pode ser mais impreciso do que outros meios de proteção ou que o desbloqueio pode funcionar com uma pessoa parecida com o usuário. Por sua vez, o OnePlus 6 não dá nenhum tipo de alerta.

Já o Galaxy S9 parece ter sido o “menos pior”. O celular da Samsung foi enganado, mas só depois que Brewster testou diferentes ângulos e níveis variados de iluminação. O reconhecimento por íris, outro meio de proteção disponível no S9, não falhou — seria estranho se falhasse, afinal, os olhos da falsa cabeça são muito opacos.

Tanto no Galaxy S9 quanto no Galaxy Note 8, a falsa cabeça foi reconhecida no desbloqueio facial rápido e no modo mais demorado, que adiciona mais camadas de verificação, embora o procedimento tenha sido um pouco mais trabalhoso neste último. O mesmo vale para o desbloqueio do LG G7 ThinQ, com a diferença de que o reconhecimento facial lento se mostrou mais difícil de burlar nele do que nos rivais.

Como já dito, só o iPhone X não se deixou enganar. “O investimento da Apple em sua tecnologia — a empresa trabalhou com um estúdio de Hollywood para criar máscaras realistas e testar o Face ID — valeu a pena”, escreveu Thomas Brewster. Curiosamente, ele também testou o Windows Hello: a tecnologia da Microsoft tampouco reconheceu o impresso tridimensional.

Galaxy S9

Galaxy S9

OnePlus, LG e Samsung foram procuradas para comentar o teste. Todas enfatizaram que as tecnologias de reconhecimento facial de seus smartphones são mais limitadas no âmbito da confiabilidade e, portanto, devem ser usadas para fins de conveniência. Para operações mais críticas, como acesso ao Samsung Pay, o ideal continua sendo o uso de autenticação via impressão digital, íris ou senha.

Devo dizer que, no decorrer do ano, pude testar vários smartphones Android com reconhecimento facial, entre eles, Galaxy J8, Galaxy A7, LG G7 ThinQ e Zenfone 5Z. Embora todos tenham feito o reconhecimento de modo satisfatório — apesar de um problema ou outro com iluminação em alguns casos —, sempre preferi o desbloqueio via impressão digital por me parecer mais confiável e, principalmente, mais rápido.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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