Aquele recurso de privacidade do Facebook vai demorar mais ainda para ser lançado

Clear History, que apaga rastros no Facebook, foi prometido em maio, mas está a meses de chegar aos usuários

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Mark Zuckerberg

No meio dos escândalos de privacidade que afetaram o Facebook em 2018, a rede social prometeu o recurso Clear History. Trata-se de uma ferramenta para limpar o histórico de sites e aplicativos que enviaram suas informações para o Facebook. Em maio, a expectativa é que ela demoraria “alguns meses” para ser feita. Agora, precisaremos esperar mais vários meses.

David Baser, diretor da equipe de privacidade de produto (criada neste ano difícil do Facebook), conta ao Recode que o lançamento do Clear History está “demorando mais do que pensávamos inicialmente”. Ele admite que a empresa subestimou o tempo de desenvolvimento do recurso, e que a novidade deve chegar em fase de testes na primavera de 2019 no hemisfério norte — ou seja, entre março e julho.

Atrasos acontecem, mas

Atrasos em lançamentos de produtos não são nenhuma novidade, mas o Clear History era visto como uma demonstração de que a rede social se importava com a privacidade dos usuários. Ele permitiria que as pessoas visualizassem quais dados foram coletados em sites e aplicativos fora do Facebook e desassociassem tais informações de suas contas. Você poderia apenas excluir os dados, ou então dizer ao Facebook para nem coletá-los.

O recurso foi recebido com surpresa na época porque impactaria diretamente na quantidade de dados que o Facebook consegue obter dos usuários — dados esses que são utilizados para direcionar anúncios mais relevantes e, consequentemente, aumentar o faturamento da companhia.

Segundo Baser, o Clear History atrasou devido a duas características da rede social. Primeiro, um único dado pode ser dividido em diversas partes no banco de dados do Facebook, e encontrar todas essas partes para exclui-las nem sempre é fácil. Segundo, o histórico de navegação é armazenado de acordo com o horário da ação, não de acordo com o usuário que fez a ação. Por isso, parte do tempo de desenvolvimento foi utilizado para construir um sistema capaz de organizar os dados por usuário.

Quem sabe em 2019?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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