Google nega ter sabotado Microsoft Edge alterando código do YouTube

Ex-estagiário da Microsoft diz que Google mudou código do YouTube e prejudicou Edge; empresa diz que foi apenas um bug

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Foto por Isriya Paireepairit/Flickr

O Google mexeu no código do YouTube para prejudicar navegadores como o Edge? Joshua Bakita, ex-estagiário de engenharia de software da Microsoft, acredita que sim. Ele acusa a gigante das buscas de “ficar fazendo mudanças em seus sites que os quebram em outros browsers”. O YouTube nega. O Edge vai adotar a tecnologia por trás do Chrome em 2019.

Em um post no Hacker News, Bakita afirma que o Google adicionou um “elemento div vazio e oculto por cima dos vídeos do YouTube” que prejudicava um recurso criado pela Microsoft. “Antes disso, nossa aceleração de vídeo bastante avançada nos colocava bem à frente do Chrome em tempo de reprodução de vídeo usando bateria”, diz ele.

“Mas quase no momento em que o Google quebrou as coisas no YouTube, eles começaram a anunciar o domínio do Chrome sobre o Edge em duração de bateria tocando vídeos”, ele alega. No entanto, não conseguimos encontrar nada a respeito.

Bakita foi estagiário entre maio e agosto de 2018. Nesse período, a própria Microsoft lançou um vídeo em que o Edge supera o Chrome em autonomia ao fazer streaming de vídeos da Netflix.

Google diz que YouTube tinha bug no código

Segundo Bakita, “o YouTube recusou nossa solicitação para remover o div vazio e não deu mais detalhes”. Mas o Google diz ao The Verge que o elemento div em branco era apenas um bug que foi corrigido.

“O YouTube não adiciona código projetado para anular as otimizações de outros navegadores, e trabalha rapidamente para corrigir erros quando são descobertos”, diz o YouTube em comunicado. “Nós nos envolvemos regularmente com outros fornecedores de browsers por meio de órgãos de padronização, do projeto Web Platform Tests, do projeto Chromium de código aberto e muito mais para melhorar a interoperabilidade entre navegadores.”

A Microsoft, por sua vez, não comenta as alegações específicas feitas por Bakita. Ela apenas afirma em comunicado que “o Google vem sendo um parceiro prestativo e estamos ansiosos pela jornada enquanto trabalhamos no futuro do Microsoft Edge”.

Microsoft desiste de engine própria e adota Chromium

O engenheiro de software Jeremy Noring explica no Medium que já precisou colocar um elemento div vazio em um player de vídeo, mas para resolver um problema de compatibilidade com o Internet Explorer.

Para Noring, a aceleração de vídeo do Edge não era realmente avançada porque não conseguia “lidar com um caso de teste terrivelmente óbvio… como um elemento por cima”. Ele também critica a implementação da Microsoft para a tag video do HTML5 e do padrão WebRTC para voz e vídeo em tempo real.

A Microsoft vai migrar o Edge para o Chromium, usado por concorrentes como Opera, Vivaldi e o próprio Chrome. A mudança, que será realizada ao longo de 2019, promete oferecer maior compatibilidade com os sites já existentes. Também será possível instalar o navegador no Windows 7 e 8.1, além de usar extensões do Chrome.

Com informações: The Verge.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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