Google Fuchsia poderá rodar apps do Android

Novo sistema operacional do Google, Fuchsia deverá substituir o Android em algum momento, mas rodará nativamente os seus aplicativos

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Google Fuchsia

O Fuchsia caminha para o seu terceiro ano de desenvolvimento e, se as previsões estiverem corretas, irá se tornar o sistema operacional padrão do Google. Mas não dá para simplesmente jogar fora o que já está estabelecido. É por isso que a plataforma vai ser capaz de executar aplicativos do Android nativamente.

Pelo menos é o que aponta o 9to5google. Recentemente, o veículo descobriu que dois novos repositórios relacionados ao Fuchsia foram adicionados ao manifesto do Android Open Source Project (AOSP). O primeiro contém uma prévia do Fuchsia SDK, um kit de desenvolvimento de apps para a plataforma.

Só não havia certeza sobre a finalidade do segundo repositório. Porém, uma atualização recente no site do AOSP indica que o repositório em questão corresponde a uma versão especial do Android Runtime (ART) — basicamente, um motor para execução de aplicativos — que o Google está desenvolvendo. Na prática, isso significa que o Fuchsia poderá rodar apps criados originalmente para Android.

Faz bastante sentido. São grandes as chances de que o Fuchsia substitua o Android, mas o ecossistema dessa plataforma é tão grande que não é possível garantir que todos os aplicativos sejam migrados em tempo hábil para o novo sistema operacional. Um mecanismo de retrocompatibilidade deve tornar a transição “indolor”.

Não ficou claro como o Fuchsia irá trabalhar com o Android Runtime, mas há duas fortes possibilidades. A primeira é a de que o ART substitua as chamadas referentes ao Linux por equivalentes no Zircon, o kernel do Fuchsia — ao contrário do Android, o novo sistema operacional não vai ter o Linux como base.

Google Fuchsia

A segunda possibilidade é a de que o ART seja executado no Machina, o sistema de máquinas virtuais da Fuchsia. Seja lá como for, a instalação de aplicativos, não importa se do Android ou específicos para o novo sistema operacional, continuará sendo um processo simples para o usuário. A única diferença visível até agora é a extensão dos pacotes: enquanto os arquivos de instalação do Android terminam em .apk, o Fuchsia deverá usar a extensão .far.

Vale lembrar que, aparentemente, o Fuchsia não está sendo desenvolvido apenas para substituir o Android. Também estaria nos planos do Google fazê-lo rodar em laptops e alto-falantes inteligentes, por exemplo. No que diz respeito a smartphones, a previsão é a de que o primeiro modelo com o novo sistema operacional seja lançado em 2021.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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