Kindle Paperwhite (2019): melhorando o melhor custo-benefício

Novo e-reader da Amazon é o melhor custo-benefício entre os Kindles e ganhou proteção contra água

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 11 meses
Amazon Kindle Paperwhite (2019)

Desde que foi lançado, em 2012, o Kindle Paperwhite sempre foi o melhor custo-benefício na linha de leitores de ebooks da Amazon. Sem custar tão caro, ele oferece uma tela com mais definição que o modelo básico, tem iluminação embutida para ler confortavelmente mesmo no escuro e é equipado com uma bateria que dura várias semanas.

Em 2019, a Amazon lançou no mercado brasileiro a quarta geração do Kindle Paperwhite, melhorando alguns aspectos: é a primeira vez que o modelo ganha design à prova d’água, uma característica que até então só estava disponível no Kindle Oasis, que custa mais que o dobro do preço. Além disso, ele já começa com 8 GB de armazenamento e está mais fino e leve que o antecessor.

Vale a pena comprar o novo Kindle Paperwhite? Senta aí que eu conto tudo nos próximos minutos.

Em vídeo

Um leitor de ebooks é um eletrônico tão simples que é difícil imaginar o que poderia ser feito para melhorá-lo. Mas a Amazon conseguiu elevar o nível do Kindle Paperwhite na nova geração: mesmo que você não costume ler na piscina ou na banheira, a proteção contra água é um belo diferencial para te deixar mais seguro ao utilizar o e-reader em um lugar potencialmente perigoso, como em uma mesa com uma caneca de café e uma pessoa desastrada por perto.

Amazon Kindle Paperwhite (2019)

A Amazon melhorou inclusive o que não precisava de melhoria alguma: o Kindle Paperwhite tinha 4 GB de memória e passou para 8 GB na nova versão, o que certamente deve ter contribuído para o pequeno aumento de preço, de R$ 479 para R$ 499. Tem ainda uma versão com 32 GB de armazenamento interno que, assim como todos os outros Kindles, não possui entrada para cartão de memória.

E para que serve tanto espaço em um Kindle, se um ebook raramente passa de 2 ou 3 MB? A Amazon me contou que muitos brasileiros utilizam o serviço de audiolivros Audible, cujos arquivos ocupam mais espaço — ele não está disponível no Brasil, mas é possível assiná-lo com uma conta americana. Por isso, faz sentido ter um Kindle de 32 GB no mercado nacional. O que eu queria mesmo era mais uma empresa de peso investindo nesse formato no país, mas não existe previsão de lançamento do Audible por aqui.

O resto do novo Kindle Paperwhite continua exatamente como você espera de um Kindle Paperwhite. A tela e-ink de 6 polegadas tem boa definição e contraste para ler mesmo com as fontes no menor tamanho possível. E a iluminação se mostrou bastante uniforme no escuro: na primeira geração, ainda era possível enxergar inconsistências na parte inferior da tela; na nova, o branco fica liso como no Kindle Oasis.

Amazon Kindle Paperwhite (2019)

O software do Kindle Paperwhite continua evoluindo e merece destaque. Ele traz diversos recursos que melhoram a experiência, como os dicionários integrados, as marcações instantâneas e as pesquisas rápidas na Wikipédia. E, em uma época em que as pessoas fazem quase uma espécie de adoração ao modo noturno nos aplicativos de smartphones, também vale uma menção ao recurso de inversão em preto e branco do Kindle, que deixa o fundo preto e o texto branco para tornar a leitura mais confortável.

Amazon Kindle Paperwhite (2019)

O ecossistema da Amazon incentiva bastante a leitura, principalmente por causa do Whispersync, que sincroniza a última página lida e todas as suas anotações com a nuvem. Mesmo no ônibus lotado, quando não é tão simples sacar um Kindle da mochila, dá para continuar lendo algumas páginas de um livro exatamente do ponto em que parou no celular.

Amazon Kindle Paperwhite (2019)

Por fim, não dá para deixar de citar um dos grandes pontos fortes de qualquer leitor de ebooks dedicado: a bateria do Kindle Paperwhite dura muito. A Amazon diz que a autonomia chega a até seis semanas, considerando uma leitura diária de 30 minutos, em média. Eu não consegui acabar com a bateria até a publicação deste review, mas a duração ficou em linha com os outros Kindles que eu testei: dá para ler um livro de 200 páginas com a iluminação ligada e ainda sobra mais da metade da carga.

Amazon Kindle Paperwhite (2019)

Eu sei que a Amazon precisa vender ebooks. E que arquivos em PDF nunca foram feitos para serem lidos: são formatos para impressão. Mas, infelizmente, eles são onipresentes na vida, no trabalho e na faculdade. O Kindle Paperwhite até corta as bordas do documento para tentar melhorar a leitura, mas a experiência de ler qualquer PDF é terrível: as fontes ficam muito pequenas e o gesto para dar zoom não é nada responsivo.

Mesmo no Kindle Oasis, que é equipado com tela de 7 polegadas (em vez de 6 polegadas), a leitura de arquivos PDF é menos pior, mas não exatamente boa. E não parece tão complicado melhorar a experiência: o antigo Saraiva Lev conseguia extrair o texto do documento e mostrar o PDF com fonte de tamanho configurável, aproveitando melhor a tela e-ink.

Amazon Kindle Paperwhite (2019)

Também vale uma menção à responsividade da tela do Kindle Paperwhite (ou melhor: a falta dela). É mais comum do que eu gostaria tocar em algum lugar da tela e o e-reader simplesmente não detectar nenhum toque — várias vezes preciso tocar duas vezes para trocar de página ou acessar o menu. Digitar no teclado virtual? Boa sorte. Esse é um problema que não existia no Kindle Oasis, e que poderia ter sido melhorado na nova geração do Kindle Paperwhite.

Vale a pena?

Amazon Kindle Paperwhite (2019)

A Amazon lançou pelo menos cinco Kindles desde que eu testei o primeiro Kindle Paperwhite. E uma coisa não mudou: o leitor de ebooks intermediário da Amazon continua tendo o melhor custo-benefício dentro da linha.

Ele não é tão barato quanto o Kindle de R$ 299, mas entrega uma tela significativamente melhor, com mais definição e iluminação embutida. Ao mesmo tempo, a quarta geração do Kindle Paperwhite traz uma característica muito interessante, o design à prova d’água, mas sem custar os olhos da cara como o Kindle Oasis, que continua sendo vendido por R$ 1.149 no Brasil.

O suporte a PDF não deve melhorar tão cedo — se você é dependente desse tipo de arquivo para ler artigos científicos, relatórios e outros documentos, é melhor comprar um tablet. E, claro, comprar qualquer Kindle é quase como se casar com a Amazon, já que você precisa gastar com ebooks na loja para realmente aproveitar os recursos do Kindle, como a sincronização de marcações e posição de leitura.

Mas, para quem procura um novo leitor de ebooks, o novo Kindle Paperwhite é certamente a opção mais interessante da Amazon.

Especificações técnicas

  • Modelo: Kindle Paperwhite 10ª geração (2019)
  • Tela: E Ink Carta de 6 polegadas com resolução de 1448×1072 pixels (300 pixels por polegada) e cinco LEDs de iluminação
  • Armazenamento: 8 GB ou 32 GB (sem entrada para cartão de memória)
  • Bateria: até seis semanas, com 30 minutos de leitura diária, iluminação no nível 13 e conexão Wi-Fi desligada
  • Conectividade: Bluetooth, Wi-Fi 802.11b/g/n, USB 2.0 (micro USB)
  • Formatos de ebook compatíveis: Kindle 8 (AZW3), Kindle (AZW), TXT, PDF, MOBI sem proteção, PRC nativo, HTML, DOC, DOCX, JPEG, GIF, PNG, BMP por meio de conversão
  • Proteção: IPX8 (imersão em água doce a 2 metros de profundidade por 30 minutos)
  • Peso: 182 gramas
  • Dimensões: 167x116x8,2 mm

Receba mais sobre Kindle Paperwhite na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Canal Exclusivo

Relacionados