Coreia lança primeiras redes 5G para celulares (e quanto custa isso)

Operadoras sul-coreanas iniciam operação comercial de 5G com lançamento do Samsung Galaxy S10 5G

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
SKT 5GX

E começou: as maiores operadoras da Coreia do Sul ativaram na noite de quarta-feira (3) as primeiras redes de 5G para celulares. Os coreanos anteciparam o lançamento para serem os primeiros do mundo com a tecnologia, que promete velocidades até 20 vezes maiores que o 4G e baixíssima latência para aplicações de inteligência artificial e realidade virtual.

A estreia estava programada para sexta-feira (5), em conjunto com o lançamento do Samsung Galaxy S10 5G, mas os coreanos correram para ativar a nova rede antes dos americanos. Nos Estados Unidos, o 5G (de verdade, não o 5G falso da AT&T) já é utilizado para conexões domésticas, mas a versão móvel só deve ser lançada na próxima semana pela Verizon.

Na Coreia do Sul, o 5G móvel foi ativado simultaneamente às 23 horas (horário local) de 3 de abril de 2019 pelas operadoras SKT, KT e LG U+, as três maiores do país. Curiosamente, só existe um aparelho compatível com o 5G coreano até o momento, o que significa que os clientes da operadora da LG precisam comprar um smartphone da Samsung para acessar a rede — o LG V50 ThinQ 5G chegará apenas no final do mês.

Galaxy S10 5G na LG U+

A líder SKT promete uma tecnologia batizada de 5GX Turbo Mode, que é uma espécie de combinação de 4G com 5G e atinge velocidades de até 2,7 Gb/s (gigabits por segundo), fazendo com que um vídeo de 2 GB seja baixado em seis segundos. Um conteúdo de realidade virtual de 12 GB chega ao usuário em 36 segundos, contra mais de um minuto do “5G normal”, segundo a operadora.

A expectativa é que mais de 3 milhões de sul-coreanos migrem para a nova tecnologia até o final do ano, com um investimento de mais de US$ 2,6 bilhões por parte das operadoras. Em 2020, uma em cada dez pessoas deverá utilizar um celular 5G na Coreia do Sul, apesar de os aparelhos ainda estarem bem caros: o Galaxy S10 5G custa 1,39 milhão de wons (o equivalente a R$ 4.769).

Os preços dos planos 5G na Coreia do Sul

E quanto custa usar o 5G no primeiro país a adotar a tecnologia? Não tão caro onde o salário médio fica em torno dos R$ 10,5 mil por mês, ainda mais considerando que as características dos planos fariam muitos brasileiros chorarem. Minha fuçada nos sites coreanos encontrou as ofertas das duas maiores operadoras.

Na SKT, o plano mais caro dá direito a duas linhas, serviços de mídia e franquia de dados ilimitada por 125.000 wons por mês (R$ 429 em conversão direta). O plano individual com 5G ilimitado sai pelo equivalente a R$ 305. Também há opções com limite mensal de consumo: 150 GB (R$ 257) e 8 GB (R$ 189) — a velocidade é reduzida para 5 Mb/s e 1 Mb/s, respectivamente, caso o usuário ultrapasse a franquia.

Os planos de 5G na SKT

Os planos de 5G na SKT

Já a KT só vende planos de 5G sem limite de dados. Pelo equivalente a R$ 274, dá para usar a rede sem se preocupar com franquia dentro da Coreia do Sul e ter roaming internacional limitado a 100 kb/s. E se você viaja muito? Nesse caso, pode contratar o plano mais caro: por R$ 446, é possível acessar a internet em qualquer lugar do mundo com velocidade de até 3 Mb/s, o que já é suficiente para ver vídeos em HD no YouTube.

Veremos como será o 5G no Brasil. Por aqui, o leilão de frequências deverá ser feito pela Anatel em março de 2020. Inicialmente, a tecnologia poderá operar nas frequências de 700 MHz, 2,3 GHz e 3,5 GHz. As ondas milimétricas, que permitem mais velocidade e capacidade de rede, ficarão de fora neste primeiro momento.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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