iPad Mini (2019): cérebro grande em tela pequena

Nova geração do iPad Mini mantém tela de 7,9 polegadas, mas traz chip A12 Bionic e até 256 GB de espaço

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 10 meses
Apple iPad Mini (2019)

O novo iPad Mini nem parece novo na primeira olhada: ele continua sendo um tablet de 7,9 polegadas, com bordas grandes em volta do painel e o clássico design em alumínio. Mas a Apple trouxe melhorias importantes no modelo de 2019: além do suporte ao Apple Pencil, a nova geração tem um processador bem mais poderoso por dentro, o A12 Bionic, mesmo chip que equipa o iPhone XS.

O que não mudou tanto foi o custo: quem quiser o tablet compacto da Apple precisa desembolsar R$ 3.499 pela versão básica, sendo que a mais completa, com 4G e 256 GB de armazenamento, tem um preço quase pornográfico de R$ 5.799. Vale a pena gastar tudo isso? Eu testei o novo iPad Mini em sua versão mais cara e conto tudo neste breve review.

Análise do iPad Mini (2019) em vídeo

Apple iPad Mini (2019)

As telas dos iPads mais recentes têm apresentado ótima qualidade — e não é diferente com o novo iPad Mini. O painel é o menor entre os iPads, mas o padrão foi mantido: a resolução de 2048×1536 pixels torna a definição excelente; o brilho é forte, o que permite visualizar o display em qualquer condição de iluminação; e o contraste é bom, dentro das limitações do nível de preto da tecnologia LCD.

A Apple também fez um bom trabalho ao reduzir os reflexos do visor. Não chega a ser impecável quanto um Kindle com tela e-ink, mas é melhor que a maioria dos celulares do mercado, o que torna as leituras mais agradáveis, mesmo com uma lâmpada ou outra fonte de luz por perto. E, embora a taxa de atualização não seja de 120 Hz como no iPad Pro, o display sempre se mostra muito responsivo, graças à fluidez do iOS.

Apple iPad Mini (2019)

Falando nele, é difícil discordar da ideia de que o iOS ainda é o maior diferencial positivo do iPad. Por mais que a situação seja equilibrada nos celulares, os aplicativos seguem chegando primeiro ao iPad em detrimento dos tablets Android. Para rabiscar e desenhar, tem o Paper. Nos textos, gosto bastante do Ulysses. Edição de imagem? Pixelmator Pro. Vídeo? LumaFusion. Tudo isso só funciona no iPad (e a lista segue).

O iOS contribui diretamente para outros dois pontos: desempenho e bateria. No dia a dia, o iPad Mini não engasga: tudo abre rapidamente e as animações rodam suaves como manteiga. E o gerenciamento de aplicativos em segundo plano, que sempre foi mais agressivo no iOS, influencia na bateria: o consumo durante uma noite ociosa não passa de 5%, o que me permite recarregar o iPad só a cada três ou quatro dias.

Apple iPad Mini (2019)

Em testes mais pesados, fica claro que o A12 Bionic consegue fornecer desempenho de sobra no iPad. Jogos como Asphalt 9 e Breakneck rodam com ótima qualidade gráfica e taxa de frames constante. Na bateria, eu consegui reproduzir vídeos de forma contínua no YouTube, com brilho no médio, por 10h36min — ou seja, dentro da promessa de 10 horas de navegação da Apple.

Apple iPad Mini (2019)

Não é que a construção do iPad Mini seja ruim — nada parece barato, mal encaixado ou de baixa qualidade. Só que o visual já deu o que tinha que dar. A Apple poderia ter repetido o que fez com o iPad Air, por exemplo, que foi lançado junto com o novo iPad Mini: ele ganhou uma tela maior, mantendo as mesmas dimensões da carcaça. Para que serve uma testa e um queixo tão grande em volta da tela? E esse conector Lightning, que limita a velocidade de carregamento e transferência de dados?

O Apple Pencil, uma novidade deste iPad Mini, poderia ser melhor aproveitado se houvesse mais espaço para trabalhar, então é claro que um aumento nas 7,9 polegadas de tela seria potencialmente benéfico. E ainda não me desce o fato de que a Apple cobra R$ 749 pelo acessório no Brasil — mesmo os US$ 99 praticados nos Estados Unidos já representam um peso bem grande no orçamento.

Apple iPad Mini (2019)

Por fim, não tem como deixar de citar o preço do tablet como um ponto de discórdia. O valor inicial de R$ 3.499, por si só, já é muito alto, mas fica ainda menos apetitoso quando colocamos na jogada o iPad de 9,7 polegadas, lançado em 2018, que parte de R$ 2.799. Ele tem uma câmera frontal pior e um hardware mais antigo, mas dá mais espaço para jogar, assistir a vídeos ou desenhar — aliás, o mesmo Apple Pencil do novo iPad Mini funciona no iPad de 2018.

Vale a pena?

Apple iPad Mini (2019)

Eu entendo que muita gente prefere o formato compacto do iPad Mini — é por isso que o produto ainda existe e foi atualizado. Mas, em 2019, eu vejo pouco sentido em comprar o tablet de 7,9 polegadas da Apple, principalmente devido ao posicionamento de preço no Brasil.

Por R$ 3.499, o iPad Mini fica entre o iPad de 9,7 polegadas (R$ 2.799) e o iPad Air de 10,5 polegadas (R$ 4.499). Se for para fazer trabalhos pesados, você provavelmente se beneficiaria da tela maior do Air e pagaria o valor mais alto — os dois preços são altos, afinal de contas. Se for só para entretenimento ou estudo, o iPad de 9,7 polegadas já dá conta do recado por um preço mais interessante. Se for só para ler e ter uma portabilidade maior, um Kindle custa literalmente um décimo do preço.

Apple iPad Mini (2019)

Com desempenho impecável, bateria de longa duração, tela de alta qualidade e um ecossistema bem desenvolvido, o novo iPad Mini é, disparado, o melhor tablet compacto que eu não compraria.

Especificações técnicas

  • Bateria: 5.124 mAh (até 10 horas de navegação ou reprodução de vídeo por Wi-Fi; até 9 horas de navegação por 4G)
  • Câmera frontal: 7 megapixels (f/2,2)
  • Câmera traseira: 8 megapixels (f/2,4)
  • Conexões: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11a/b/g/n/ac dual-band, Bluetooth 5.0, Lightning
  • Dimensões: 208x135x6,1 mm
  • Memória interna: 64 ou 256 GB
  • Peso: 300 gramas (Wi-Fi) ou 308 gramas (4G)
  • Processador: Apple A12 Bionic hexa-core de 2,5 GHz
  • Sensores: leitor de impressões digitais (Touch ID), giroscópio, acelerômetro, luz ambiente, barômetro
  • Sistema operacional: iOS 12
  • Tela: IPS LCD de 7,9 polegadas com resolução de 2048×1536 pixels

iPad Mini (2019)

Prós

  • Bateria de longa duração
  • Desempenho impecável
  • iOS segue como plataforma definitiva para tablets
  • Tela brilhante e com alta qualidade

Contras

  • Meio caro, né?
Nota Final 9.3
Bateria
10
Câmera
8
Conectividade
9
Desempenho
10
Design
8
Software
10
Som
9
Tela
10

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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