Por que usar cadeado Bluetooth pode não ser boa ideia?

Pensando em comprar um cadeado Bluetooth ou inteligente? Pense duas vezes antes de seguir em frente com essa ideia

Ronaldo Gogoni
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês
Cadeado inteligente / cadeado bluetooth

Um cadeado Bluetooth ou cadeado inteligente parece ser uma excelente ideia para proteger uma mala, uma bicicleta ou manter um portão fechado. Em teoria, contam com uma série de “proteções” que os convencionais não possuem, como autenticação biométrica, conexão a aplicativos, reconhecimento de códigos de barra e outras coisas.  Um olhar apurado, porém, pode revelar que parte deles é completamente insegura.

Por que um cadeado Bluetooth e não um convencional?

Na ânsia de inovar por inovar, a maioria dos fabricantes de cadeados inteligentes acreditam que suas soluções “espertas” são melhores do que uma tecnologia que vem sendo refinada a pelo menos 2.500 anos, desde a Roma antiga, apenas por serem uma “novidade”.

Embora um sistema de biometria seja bastante seguro para proteger um celular (há controvérsias) ou uma autenticação por dois fatores blinde logins (de novo, há controvérsias), há casos em que soluções simples, como os cadeados convencionais, são mais eficientes.

O quão inseguro é um cadeado inteligente?

Muito inseguro.

Há falhas bestas desde parafusos externos acessíveis facilmente, que permitem o total desmonte do cadeado, a estruturas extremamente frágeis, que podem ser violadas com um mero cartão de crédito ou outras ferramentas improvisadas e pontiagudas.

Um bom exemplo é um modelo de cadeado da Pavlit, que supostamente só se abre ao reconhecer a digital do usuário. A cobertura plástica pode ser facilmente removida com um canivete ou chave de fenda, expondo a trava interna, mas nem isso é preciso: com uma cantoneira de plástico, abri-lo é ridiculamente simples. Assista ao vídeo abaixo.

Outro exemplo de péssimo gerenciamento de segurança vem do TurboLock TL-400KBL, um kit de cadeado para bicicletas com corrente. Ele possui duas travas distintas, sendo uma proveniente do app acessório para celular e outra fornecida pelo código PIN, que o usuário deve cadastrar no cadeado e digitar no teclado. Em teoria, ele seria bastante seguro, não fosse um detalhe que não passa pela solução de software:

O corpo do cadeado é feito de plástico e os parafusos são facilmente acessíveis.

Para mais exemplos ridículos acesse o canal do LockPickingLawyer, o inimigo Nº 1 dos fabricantes de cadeados (espertos ou não). Todos facilmente encontrados na Amazon.

Em geral, os cadeados convencionais ainda são mais seguros, mesmo não sendo 100% garantidos, mas a preocupação dos fabricantes mais experientes sempre foi com a segurança em primeiro lugar, que deve ser posta à frente da inovação. O que não acontece com a quase totalidade dos cadeados inteligentes negligentes com parafusos.

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Ronaldo Gogoni

Ronaldo Gogoni

Ex-autor

Ronaldo Gogoni é formado em Análise de Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia da Informação pela Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo). No Tecnoblog, fez parte do TB Responde, explicando conceitos de hardware, facilitando o uso de aplicativos e ensinando truques em jogos eletrônicos. Atento ao mundo científico, escreve artigos focados em ciência e tecnologia para o Meio Bit desde 2013.

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