Acionistas do Facebook não conseguem tirar Zuckerberg do comando

Enquanto realizava reunião com investidores, o Facebook teve de lidar com protestos em frente à sua sede

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Projeção em prédio pedia a saída de Mark Zuckerberg (Foto: Fight for the Future)
Projeção em prédio pedia a saída de Mark Zuckerberg (Foto: Fight for the Future)

Um grupo de acionistas do Facebook demonstrou insatisfação com os rumos tomados pela companhia. Na quinta-feira (30), enquanto ocorria uma reunião da empresa com investidores, eles se manifestaram favoráveis à saída de Mark Zuckerberg e a mudanças na estrutura da empresa, mas não tiveram garantias de que isso acontecerá.

A SumOfUs, organização que faz campanhas para pressionar empresas em diversas áreas, foi uma das responsáveis pelo protesto que ocorreu em frente ao Facebook. Os manifestantes levaram placas como “Vote Não em Zuckerberg” e “Divida o Facebook”, além de um balão com a reação de raiva.

Apesar da pressão, os executivos do Facebook não indicaram que pretendem atender aos pedidos. “Não parecia que estavam realmente ouvindo a preocupação que havia na sala”, comentou a diretora da SumOfUs, Leila Deen, segundo a Bloomberg.

Quem esteve lá, viu Zuckerberg e outros diretores mostrarem planos da empresa e serem pressionados por mudanças na relação com acionistas. Na etapa de perguntas e respostas, um investidor chegou a classificar a empresa como a “autocracia falida de Zuckerberg”.

A reunião, que pode ser ouvida na íntegra por meio deste link, teve um de seus momentos importantes quando uma acionista perguntou se Zuckerberg estava disposto a ter um pouco menos de poder – o trecho começa em 49min15.

O executivo, que acumula as posições de CEO, presidente do conselho e acionista controlador, optou por não responder o que lhe foi perguntado. Por cinco minutos, ele comentou que esperava governos mais envolvidos com decisões que precisam ser tomadas por empresas como o Facebook.

Segundo ele, a companhia está criando um painel independente para não ter que decidir sozinha o que é ou não permitido. “Nesse ponto, não importa o que eu penso ou o que qualquer um de nossso times de produto ou conteúdo pensa”, afirmou.

Sem conseguir sua resposta, a acionista voltou a perguntar: “Mais diretamente, você estaria disposto a renunciar ao cargo de presidente e ceder suas ações com direito a voto? Essa é realmente a minha pergunta”.

O moderador da reunião argumentou, em seguida, que cada pessoa só poderia fazer uma pergunta, evitando que Zuckerberg fosse obrigado a responder.

Acionistas prostestaram com a reação usada para expressar raiva no Facebook (Foto: SumOfUs)

Acionistas prostestaram com a reação usada para expressar raiva no Facebook (Foto: SumOfUs)

Pouco depois (por volta de 1h03min), um acionista perguntou se a diretora independente do Facebook, Susan Desmon-Hellmann, pretendia convocar uma reunião do conselho sem Zuckerberg para escolher um novo presidente.

Apesar de ter confirmado que tem o poder de convocar a reunião, ela negou que isso acontecerá. De acordo com a executiva, todos estão confortáveis com o arranjo operacional atual. “Essa não é a direção para qual queremos levar a empresa ou o conselho”, afirmou.

O que pedem os acionistas do Facebook

Os investidores que desejam mudanças na empresa apresentaram oito propostas, sendo várias com o objetivo de limitar o poder de Zuckerberg. Uma delas pedia uma nova forma de votação que tirasse o peso das ações com direito a voto extra.

Muitas dessas ações são de propriedade de Zuckerberg, que possui uma forte influência sobre votações. Outra proposta defendia sua remoção do cargo de presidente do conselho. Com tanto poder, bastou o executivo votar contra para que as sugestões fossem derrubadas.

Com informações: Mashable.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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