Microsoft ganha mais dinheiro com nuvem do que Windows

Divisão de nuvem inteligente da Microsoft, que envolve Azure, se torna a maior da companhia em faturamento

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 1 ano e 6 meses
Windows 10 / atalho Alt + F4 / como desligar o notebook pelo teclado

A Microsoft publicou na noite de quinta-feira (18) os relatórios financeiros do quarto trimestre fiscal de 2019 (encerrado em 30 de junho) que mostraram um crescimento de 12% na receita, para US$ 33,7 bilhões, acima das expectativas do mercado. A divisão de Nuvem Inteligente foi a que mais contribuiu para o resultado: pela primeira vez, ela obteve o maior faturamento da empresa, ultrapassando a divisão de Windows.

A divisão de Nuvem Inteligente, que envolve Azure, SQL Server, Visual Studio e serviços de consultoria, foi responsável por US$ 11,4 bilhões do faturamento da Microsoft no período. Trata-se de um crescimento de 19%, o maior entre as três divisões, em relação ao mesmo período de 2018.

O resultado do negócio de nuvem é o melhor já apresentado desde o final de 2015, quando a Microsoft passou a dividir suas áreas de atuação em três. Os outros segmentos são o de Computação Mais Pessoal (Windows, Surface, Xbox e Bing) e Produtividade e Processos de Negócios (Office, SharePoint, Skype e LinkedIn).

O serviço de nuvem Azure não está mais dobrando de tamanho a cada ano, mas teve forte crescimento anual, de 64%. Ele se fortaleceu bastante depois que Satya Nadella assumiu como CEO — antes disso, o indiano comandava justamente a área de computação em nuvem. A Microsoft se tornou a vice-líder do setor, com 14,6% de participação, atrás da Amazon (32,8%), mas à frente do Google Cloud (9,9%).

Azure / Mapa de data centers

Enquanto isso, as outras divisões da Microsoft cresceram, mas menos. A área de computação pessoal rendeu US$ 11,3 bilhões (crescimento de 4%), impulsionada pelo aumento no faturamento com o Surface (14%) e licenças de Windows para fabricantes de PCs (9%), mas freada pela queda na receita com jogos (-10%). Vale lembrar que estamos em um momento de migração, já que o suporte do Windows 7 será encerrado em janeiro de 2020.

Na divisão de produtividade, que obteve receita de US$ 11 bilhões (crescimento de 14%), o destaque ficou para o LinkedIn, com aumento de 25% no faturamento e um nível recorde de engajamento na rede social. A Microsoft também viu o Office para consumidores finais crescer 6%, sendo que o número de assinaturas do Office 365 Consumer atingiu 34,8 milhões.

No trimestre, a Microsoft teve lucro líquido de US$ 13,2 bilhões, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2018. As ações da empresa na bolsa de valores Nasdaq sobem quase 3% antes da abertura do mercado, o que mantém a Microsoft como a única companhia listada avaliada em mais de US$ 1 trilhão.

Com informações: Reuters, CNBC.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Relacionados