Google revela falhas no iOS que permitiam invasão do iPhone

Bastava que páginas maliciosas fossem acessadas para o iPhone ser invadido

Emerson Alecrim
Por
• Atualizado há 11 meses
iPhone 8 Plus e iPhone XS

O Google tem uma equipe chamada Grupo de Análises de Ameaças (TAG, na sigla em inglês) e foi ela que identificou várias páginas que, só de serem acessadas, exploravam falhas do iOS. As consequências eram alarmantes: o iPhone poderia ser invadido para roubo de dados do usuário (como fotos ou mensagens do WhatsApp) ou instalação de ferramentas de espionagem.

Em postagem no blog do Project Zero, programa que o Google criou em 2014 com a proposta de descobrir falhas de segurança para a deixar a web mais segura, os pesquisadores da companhia revelam a descoberta de cinco cadeias de ataques que envolvem pelo menos 14 falhas de segurança que afetavam desde o iOS 10 ao iOS 12.

De modo geral, essas cadeias de ataques davam aos invasores acesso raiz (root) ao sistema operacional. Das 14 falhas identificadas, sete tinham relação com o Safari, cinco afetavam o kernel e as outras duas envolviam instâncias do sandbox (uma “área protegida” que limita o acesso de aplicativos a determinados recursos para fins de segurança).

Com o acesso raiz, os invasores podiam instalar aplicativos (para monitorar o usuário, por exemplo), acessar mensagens de serviços como WhatsApp e iMessage, capturar fotos, obter dados de geolocalização em tempo real, entre outros.

A pior parte é que o usuário não precisava realizar nenhuma ação específica. O simples acesso às páginas maliciosas já era suficiente para os exploits entrarem em ação. Se tivessem sucesso, o iPhone do usuário podia ser invadido. O Google estima que esses sites receberam milhares de visitadas.

Como sempre faz, o Google reportou as vulnerabilidades à Apple. Normalmente, o Project Zero estabelece um prazo de 90 dias após a notificação para que a empresa responsável disponibilize correções, do contrário, o Google dispara um alerta público sobre o problema.

Mas, por considerar as falhas muito graves, o Google deu um prazo de apenas sete dias. A Apple foi notificada em 1º de fevereiro de 2019 e liberou as correções em 7 de fevereiro com o lançamento do iOS 12.1.4.

Cadeias de ataques - falhas no iOS (imagem: Google)

Apesar de a Apple ter agido rápido após a notificação, os problemas demoraram para ser corrigidos. O TAG calcula que as falhas foram exploradas por pelo menos dois anos.

Não há estimativas sobre quantos usuários teriam sido afetados, mas o que mais importa é que as vulnerabilidades foram mitigadas, razão pela qual o Google concluiu que este é um bom momento para falar sobre elas.

É recomendável não baixar a guarda, porém. Os especialistas da companhia acreditam que há outras falhas do tipo sendo exploradas.

Com informações: TechCrunch.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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