Netflix exibe “O Irlandês” em teatro após ser rejeitada por salas de cinema nos EUA

Salas de cinema dos Estados Unidos recusaram The Irishman após Netflix sugerir exclusividade de apenas três semanas

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos
Netflix / O Irlandês

Antes de estrear no streaming, a próxima megaprodução da Netflix, O Irlandês (The Irishman), ficará em cartaz na Broadway durante um mês. Mais especificamente no histórico Teatro Belasco, construído em 1907, com capacidade para 1.018 pessoas. Nada mau, mas parece um prêmio de consolação: a ideia original era transmiti-lo nas principais salas de cinema, o que não deu certo.

Como já comentamos, para que uma obra possa ser indicada ao Oscar, é obrigatório que ela fique em cartaz no cinema por, no mínimo, sete dias. Só que as grandes redes nos Estados Unidos exigem uma exclusividade de três meses, período no qual o filme não pode estar disponível no streaming, aluguel digital ou mídia física. A Netflix não conseguiu chegar a um acordo com as empresas de cinema para diminuir esse prazo.

Por isso, entre 1º de novembro e 1º de dezembro, O Irlandês será reproduzido oito vezes por semana no teatro nova-iorquino, seguindo a mesma programação de espetáculos da Broadway, com exibições nas noites de terça à domingo e em matinês de sábado e domingo. O filme também se passará em salas de cinema menores para cumprir as exigências do Oscar. Já o lançamento na Netflix só acontecerá em 27 de novembro.

De acordo com o Deadline, este será o primeiro filme a passar no Teatro Belasco em todos os seus 112 anos de história. Para tornar o espetáculo possível, a Netflix promete fornecer equipamentos de projeção de última geração. Os ingressos, que serão vendidos a partir da próxima semana, sairão por US$ 15.

O Irlandês, de Martin Scorsese, será estrelado por Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino. Segundo a Netflix, trata-se de uma “saga épica do crime organizado na América do pós-guerra contado pelos olhos do veterano da Segunda Guerra Mundial Frank Sheeran (De Niro), um matador de aluguel que trabalhou ao lado de algumas das figuras mais notórias do século XX”.

A produção de Scorsese custou US$ 159 milhões aos cofres da Netflix, segundo o Los Angeles Times — essa é uma cifra que só estávamos acostumados a ver em filmes bancados pela Disney. A rápida exibição em um mês no Belasco e nas salas de cinema independentes certamente não pagará as contas, mas deve ajudar a Netflix a bancar parte dos custos. E talvez ganhar umas estatuetas.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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