Facebook Libra perde apoio de Visa, Mastercard e eBay

Com pressão de reguladores, a criptomoeda do Facebook já havia perdido o apoio do PayPal

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Facebook Libra

Uma semana após o PayPal deixar o projeto do Libra, o Facebook se viu obrigado lidar com mais baixas. A criptomoeda perdeu o apoio de Mastercard, Visa, eBay e Stripe, de acordo informações publicadas nesta sexta-feira (11) por Reuters e The Verge.

Com as mudanças, a Libra fica sem nenhum parceiro na área de pagamentos. As empresas tomaram a decisão dias antes do conselho responsável pela criptomoeda realizar sua primeira reunião, marcada para a próxima segunda-feira (14).

Segundo o The Verge, o encontro deverá ser usado para firmar compromissos mais específicos, o que pode ter contribuído para as empresas optarem por já deixar o projeto. Em nota, a Visa indicou que a sua saída está ligada a questões regulatórias.

“A Visa decidiu não ingressar na Associação Libra no momento”, afirmou a empresa. “Continuaremos a avaliar e nossa decisão final será determinada por vários fatores, incluindo a habilidade da Associação de satisfazer plenamente todas as expectativas regulatórias necessárias”.

O eBay promete se concentrar em seus projetos. “Nós respeitamos muito a visão da Associação Libra. No entanto, o eBay tomou a decisão de não avançar como membro fundador. No momento, estamos focados em implementar a experiência de pagamentos gerenciados do eBay para nossos clientes”.

A Stripe informou, em nota, que apoia projetos que visam tornar o comércio online mais acessível para todas as pessoas. “O Libra tem esse potencial. Nós acompanharemos seu progresso de perto e permaneceremos abertos para trabalhar com a Associação Libra posteriormente”.

A Mastercard não se emitiu um posicionamento oficial até a publicação deste post. Em nota, o diretor de política e comunicações da Associação Libra, Dante Disparte, agradeceu o apoio que as empresas ofereceram enquanto participaram do desenvolvimento da criptomoeda.

“Estamos focados em avançar e continuar a construir uma forte associação de algumas das principais empresas e organizações de impacto social do mundo. Esperamos pela reunião inaugural do Conselho da Associação Libra em apenas três dias e anunciaremos os membros iniciais da Associação Libra”.

A informação de que Mastercard, Visa e outros parceiros repensavam o apoio ao Libra já havia sido divulgada no início do mês pelo Wall Street Journal. Em agosto, o Financial Times indicou que dois membros pensavam em deixar o projeto.

O Facebook pretende colocar o Libra em ação em 2020, mas enfrenta resistência de reguladores. A França, por exemplo, quer que a criptomoeda seja banida na União Europeia, enquanto os Estados Unidos pedem a suspensão de seu lançamento.

Projeto do Libra envolve até acusação de plágio

O Libra será regulado na Suíça e comandado pela Associação Libra, formada agora por 24 membros (eram 28). Um deles é a Calibra, subsidiária do Facebook lançada em junho especialmente para o desenvolvimento da criptomoeda.

Como se não bastassem os problemas com reguladores, o Facebook também precisa tratar de uma acusação de plágio. O logo da Calibra teria sido feito como cópia do logo da Current, uma startup bancária fundada em 2015.

A Current questionou a semelhança entre as duas marcas em seu perfil no Twitter e abriu um processo não só contra o Facebook, mas também contra a agência de design Character. Ela teria criado os dois logos em uma diferença de três anos.

Ainda não está claro como a Character apresentou duas marcas quase idênticas, mas o processo poderá impor mais dificuldades ao Facebook. A empresa de Mark Zuckerberg pretende oferecer a criptomoeda no WhatsApp e no Messenger, mas, antes, deverá resolver uma série de problemas.

Com informações: TechCrunch, The Verge.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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