AirPods Pro de R$ 2.249 são quase impossíveis de consertar

Desmanche do iFixit mostra que você não vai conseguir substituir só a bateria dos novos AirPods com cancelamento de ruído

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
AirPods Pro (Foto: iFixit)

Os novos AirPods Pro com cancelamento ativo de ruído começaram a ser entregues aos primeiros compradores na quarta-feira (30). Daqui um ou dois anos, é provável que a duração de bateria não seja mais tão boa. O que fazer, nesse caso? Trocar por outros novinhos em folha, é claro: o iFixit desmontou os fones de ouvido totalmente sem fio da Apple e descobriu que eles são praticamente impossíveis de consertar.

Tanto a primeira quanto a segunda geração dos AirPods haviam ganhado nota zero em reparabilidade no iFixit devido à maneira como são construídos: por utilizarem muita cola, não há como acessar ou substituir os componentes internos sem danificar outras partes. Os AirPods Pro são mais caros e têm um novo design com uma “perninha” menor, mas nada mudou quanto à possibilidade de reparos.

AirPods Pro (Foto: iFixit)

Por dentro, os AirPods Pro têm um chip Apple H1 com Bluetooth 5.0, que permite alternar rapidamente entre iPhones, Macs e Apple Watches; uma bateria de lítio em formato de moeda fabricada na Alemanha, parecida com a dos Samsung Galaxy Buds; e muita cola para unir os componentes. Cada fone de ouvido tem 5,4 gramas, sendo um pouco mais pesados que os 4 gramas dos AirPods convencionais.

O estojo de carregamento dos AirPods Pro contém chips da Texas Instruments, NXP e Broadcom, sendo esta última responsável pelo módulo de recarga sem fio. A bateria é composta de duas células e tem capacidade de 519 mAh, mais que os 398 mAh da caixa dos AirPods padrão. Segundo a Apple, os AirPods Pro duram até 4h30min com o cancelamento ativo de ruído, e o estojo estende a autonomia para até 24 horas.

AirPods Pro (Foto: iFixit)

De acordo com o iFixit, “apesar de ser teoricamente semi-reparável, o design todo colado e não modular, bem como a falta de peças de reposição, tornam o conserto impraticável e antieconômico”. Por isso, o índice de reparabilidade, que mede a possibilidade de conserto de um produto, foi novamente de 0/10. As únicas partes substituíveis são as pontas de silicone, que custam US$ 4.

A Apple confirma que os AirPods Pro não são reparáveis devido ao tamanho e processo de construção dos fones de ouvido. Quando a bateria se desgastar, é necessário substituir o produto. Isso já acontece com o modelo sem cancelamento ativo de ruído: no Brasil, o custo de cada lado dos AirPods em caso de desgaste na bateria é de R$ 259.

Este é um ponto negativo comum dos fones de ouvido totalmente sem fio. O Washington Post lembra que os Amazon Echo Buds também não são reparáveis, e que a Microsoft também substitui completamente os Surface Earbuds quando é necessário fazer algum reparo. A exceção fica por conta dos Galaxy Buds — a Samsung não oferece a opção de troca de bateria, mas é possível adquirir as peças por menos de US$ 30 de forma não oficial.

AirPods Pro

A Apple diz ao Tecnoblog que os AirPods Pro serão lançados no mercado brasileiro “até o final do ano”. Os fones de ouvido têm preço sugerido de US$ 249 nos Estados Unidos e R$ 2.249 no Brasil.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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