Oi confirma interesse no leilão de 5G e reduz foco em TV via satélite

Oi quer arrematar frequência de 3,5 GHz para usar com 5G e comprar sobras de 700 MHz do último leilão da Anatel

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Oi

O futuro era incerto para a divisão móvel da Oi: o plano estratégico para o triênio 2019-2021 praticamente não abordava a operação de telefonia celular, além de especulações de compra pela Claro, TIM e Vivo. No entanto, a operadora anunciou durante a feira Futurecom que está de olho no próximo leilão de frequências para o 5G. Ela também sugere que vai focar em IPTV por fibra óptica, em vez de TV paga via satélite.

De acordo com o diretor operacional da empresa, Rodrigo Abreu (ex-CEO da TIM), a Oi pretende comprar frequências de 5G e as sobras de 700 MHz. A operadora não participou da última licitação, que ocorreu em um momento financeiramente delicado por conta da recuperação judicial.

As regras do leilão não foram 100% definidas por conta de alterações sugeridas pelo conselheiro Vicente Aquino, da Anatel, mas é bem provável que Claro, TIM e Vivo não possam arrematar o espectro de 700 MHz, uma vez que já fizeram isso no passado.

A frequência de 700 MHz é importante por ter alcance muito superior aos tradicionais 1.800 MHz, 2.100 MHz e 2.600 MHz que a Oi atualmente possui, podendo melhorar a cobertura com menos antenas.

Já para o 5G, a operadora está de olho na frequência de 3,5 GHz, mas ainda não definiu se comprará as altas frequências de ondas milimétricas. A operadora anunciou que pretende utilizar a tecnologia para expansão da banda larga fixa, uma vez que a velocidade e latência atingem um nível similar ao que Oi entrega com tecnologia FTTH (fibra óptica até a casa do cliente).

A Oi conta com a venda de ativos não-estratégicos para levantar caixa e conseguir colocar em prática o plano estratégico e participar do leilão de frequências. Um possível atraso nesse leilão poderia beneficiar a operadora: ele só deve ocorrer no final de 2020, após o pedido de vistas, consulta pública e outros trâmites.

Oi deixa de investir em TV via satélite

Embora tenha sido a única operadora a crescer no serviço de TV paga nos últimos anos, a Oi irá mudar a estratégia e deixará de estimular a tecnologia DTH (satélite). Em vez disso, ela dará espaço para serviços de streaming e para IPTV associada à banda larga por fibra óptica.

De acordo com Abreu, os custos da TV via satélite são altos por conta do subsídio do receptor. O executivo afirma que a operadora investiu R$ 600 milhões em DTH em um momento de verba restrita para investimentos, que não faz sentido com um plano de R$ 7 bilhões para expansão com fibra.

A maioria dos planos móveis e de banda larga da Oi já inclui algum tipo de conteúdo via streaming, como Netflix e YouTube. E, recentemente, a operadora começou a vender a Streaming Box em parceria com a Elsys.

Com informações: Teletime, [2].

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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